Política

Não há panelaços e bonecos infláveis para os acusados do governo Temer, por Janio de Freitas.

Não há panelaços e bonecos infláveis para os acusados do governo Temer, por Janio de Freitas

Wellington Moreira Franco, indicado ao ministério por Michel Temer, é citado nas delações da Odebrecht.

Jornal GGN – Os bonecos infláveis e as panelas sumiram como num passe de mágica no governo Temer. O clamor não era pelo fim da corrupção? Como entender que Moreira Franco, ou qualquer outro da facção, sejam tolerados por quem ia às ruas e janelas com tanta gana de melhorar o Brasil? Este é o tema do artigo de hoje de Janio de Freitas, na Folha.

Janio se pergunta como este pessoal pode conviver com tais operadores políticos, que desfrutam do poder obtido com o impeachment de uma presidente legítima e honesta, para colocar em seu lugar uma horda profissional? Tantas perguntas e nem uma única resposta que satisfaça, já que os bonecos não são tão infláveis e as panelas emudeceram.

Além disso, Janio versa sobre as delações da Odebrecht, seu sigilo e os vazamentos seletivos para uma parte da imprensa. A que se junta ao golpe. “Ficou comprovado que a Lava Jato e mesmo o seu juiz programavam vazamentos nas vésperas dos dias importantes na campanha contra Dilma e Lula. Só por “interesse político” –evidência que ninguém na Lava Jato tem condições honestas de negar.”, diz no artigo.

Leia o artigo a seguir.

da Folha

Não há panelaços e bonecos infláveis para os acusados do governo Temer

por Janio de Freitas

Agora ficou mais fácil compreender o que se tem passado no Brasil. O poder pós-impeachment compôs-se de sócios-atletas da Lava Jato e, no entanto, não há panelaço para o despejo de Moreira Franco, ou de qualquer outro da facção, como nem sequer houve para Geddel Vieira Lima. Não há panelaços nem bonecos inflados com roupa de presidiário.

Logo, onde não há trabalhador, desempregado, perdedor da moradia adquirida na anulada ascensão, também não há motivo para insatisfações com a natureza imoral do governo. Os que bancaram o impeachment desfrutam a devolução do poder aos seus servidores. Os operadores políticos do impeachment desfrutam do poder, sem se importar com o rodízio forçado, que não afeta a natureza do governo.

Derrubar uma Presidência legítima e uma presidente honesta, para retirar do poder toda aspiração de menor injustiça social e de soberania nacional, tinha como corolário pretendido a entrega do Poder aos que o receberam em maioria, os geddeis e moreiras, os cunhas, os calheiros, os jucás, nos seus diferentes graus e especialidades.

Como disse Aécio Neves a meio da semana, em sua condição de presidente do PSDB e de integrante das duas bandas de beneficiários do impeachment: “Nosso alinhamento com o governo é para o bem ou para o mal”. Não faz diferença como o governo é e o que dele seja feito. Se é para o mal, também está cumprindo o papel a que estava destinado pela finalidade complementar da derrubada de uma Presidência legítima e de uma presidente honesta.

Não há panelaço, nem boneco com uniforme de presidiário. Também, não precisa. Terno e gravata não disfarçam.

POLÍTICA, SIM

Se divulgar a delação da Odebrecht, como propõe Rodrigo Janot, pode levar à “destruição de prova útil” –como disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao repórter Thiago Herdy–, “de outro lado, há o uso de vazamentos para o jogo político, algo que não nos interessa”.

Sem esse interesse, não teria havido os vazamentos. Atos cuja gravidade não se confunde com a liberação particular de informações para jornalista. O inaceitável eticamente nos vazamentos da Lava Jato é a perversa leviandade com que torna públicas, dando-lhes ares de verdades comprovadas, acusações não provadas, em geral nem postas (ainda?) sob verificação.

Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, por exemplo, proporcionou um desses vazamentos: acusou Edinho Silva e outro petista de receberem determinado cheque, relatando até o encontro para a entrega. O então ministro José Eduardo Cardozo localizou e exibiu o cheque de tal pagamento: o destinatário do cheque nominal era um certo Michel Temer. Mas a Lava Jato pusera Edinho Silva, secretário de Comunicação da Presidência de Dilma, nas manchetes e na TV como recebedor do suborno da empreiteira.

Otávio Azevedo e outros ex-dirigentes da Andrade Gutierrez estão chamados a corrigir seus depoimentos, porque a delação da Odebrecht revelou que distorceram ou omitiram. E também foram vazamentos acusatórios. Diz a regra que trapacear nas delações as anula. Não porém para protegidos na Lava Jato, como Otávio Azevedo e Alberto Youssef.

Ficou comprovado que a Lava Jato e mesmo o seu juiz programavam vazamentos nas vésperas dos dias importantes na campanha contra Dilma e Lula. Só por “interesse político” –evidência que ninguém na Lava Jato tem condições honestas de negar.

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Marcos K

E depois quando você diz que

E depois quando você diz que a Operação Lava Jato visana apenas destruir o PT, tem gente que acha que não, que petista recebeu o castigo merecido porque é tudo “corrupito”. Quando você diz que o Sérgio Moro é agente da CIA, tem gente que acha que você é louco. Quando você diz que a Globo manipulou todo mundo, tem gente que se ofende e diz que é “esclarecida”. Quando você diz que o pior está por vir, tem gente que acha que você é chato pessimista.

Mas os fatos não escondem que o Brasil é composto em sua grande maioria por uma horda de selvagens ignorantes (com ou sem diploma universitário, diga-se) que são manipulados com extrema facilidade por uma empresa de comunicação. Foram estes estúpidos analfabetos, devidamente estimulados pela Globo, que foram as ruas para pedir o Brasil que está chegando. Essa horda de animais se moveu ao comando da Globo, agora se cala porque a Globo assim o quer.

É o país dos idiotas que fez a Revolução dos Midiotas.

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WG

Texto irretocável. Janio de

Texto irretocável. Janio de Freitas deveria deixar a grande imprensa. A FSP não merece sua dignidade. O quadro descrito, a meu ver, pode ser comparado a um cristal que se quebrou, não haverá remendo que o restaure.  A plutocracia golpista não deixou pedra sobre pedra. Tudo tem que recomeçar do zero. Mas como fazer isso se o Estado está dominado pela plutocracia e por castas retrógradas e medievais ?

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maria rodrigues

Ouvi pela CBN que os

Ouvi pela CBN que os procuradores de São Paulo estão contrariados com o descaso de Moro para com eles, que em situação idêntica, tem o RJ tido a devida atenção. É o que dizemos sempre: em se tratando de tucanos, Moro faz aquilo solenemente pra quem acusá-los. Dois pesos e duas medidas, sempre.

O que coloca Jânio de Freitas em sua matéria é digno de nota, pois hoje, mais que nunca, fica muito claro a todos que enxergam, o quanto não houve, de fato, por parte dos paneleiros, hoje escafedidos, nada contra a corupção, mas contra Dilma, e a favor de uma gangue de embusteiros.

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CB

Não tem bonecos infláveis e

Não tem bonecos infláveis e nem panelas porque a globo não manda e os financiadores do movimento do golpista conseguiram seu objetivo, que era colocar esta gente no poder. O povo, sinto dizer, é burro e facilmente manipulável, não importa o nível sócio-econômico da pessoa. Democracia e coerência com uma mídia destas e um povo burro deste jeito? Pura ilusão. (Não vou entrar na discussão dos porques do povo ser burro,mas que é burro, é.)

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