Economia, Política

Brasil de hoje: o assalto generalizado à República e o desmonte do país assistido e assessorado por órgãos do judiciário – por Luis Nassif e outros.

Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4a feira cinza

qua, 01/03/2017 – 13:23

Atualizado em 01/03/2017 – 14:39

Luis Nassif

 

Peça 1 – a dupla conspiração

O leitor Marcos Antônio trouxe uma das melhores narrativas para explicar o quadro político atual (https://goo.gl/4PESgu). Tomo emprestado a tese principal.

A fragilidade política de Dilma Rousseff, o avanço da crise econômica e o pré-ensaio bem-sucedido da AP 470 despertaram dois movimentos simultâneos de desestabilização política do governo Dilma.

O primeiro, uma frente composta pelo PSDB, Lava Jato, Poder Judiciário e mídia, visando o impeachment da chapa Dilma-Temer, o terceiro turno inaugurado no mesmo dia da divulgação dos resultados das eleições de 2014. Os personagens centrais dessa estratégia foram Gilmar Mendes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a Lava Jato acelerando as delações.

A tentativa de Gilmar acabou frustrada pela reação despertada e pelo fato do governador de São Paulo Geraldo Alckmin ter incorrido na mesma situação de Dilma: impugnar sua chapa significaria impugnar também a vitória de Alckmin.

Com isso, a primeira frente acabou sendo atropelada pela segunda, planejada antecipadamente por Eduardo Cunha e pela camarilha de Temer. A ideia do grupo foi montar uma superbancada na Câmara, valendo-se da influência que passou a exercer sobre a Petrobras, depois que a AP470 quase derrubou o governo Lula.

O grupo de Temer sempre se valeu da estratégia da chantagem. No episódio da compra de votos, por exemplo, chantageou Fernando Henrique Cardoso para conseguir cargos-chaves no governo tucano.

Quando a AP 470 colocou o governo Lula na berlinda, nova rodada de chantagem conferiu ao PMDB cargos-chaves no governo e, em especial, na Petrobras.

Com a explosão de obras do período, montou uma supercaixinha que lhe deu condição de ambicionar agora não mais Ministérios, mas o centro do poder, tornando o governo refém da Câmara.

A expectativa de perda de mandato de Eduardo Cunha, o desgaste de Dilma, com uma sucessão inédita de erros, fez Cunha avançar o sinal, paralisar o governo com pautas-bombas e abrir o processo do impeachment.

Montou-se um acordo meia boca com o PSDB, em torno da tal Ponte para o Futuro, a promessa de revogação da Constituição de 1988.  Temer faria o trabalho sujo do desmonte da Constituição e abriria espaço para o PSDB em alguns ministérios.

A partir daí a camarilha saiu do segundo plano e passou a controlar o país, sem nenhuma

estratégia anticíclica para enfrentar a crise, nenhuma ideia criativa, nenhum conceito de Nação. Assumiram com apenas dois mandatos: o desmonte do Estado nacional e, como prêmio, o maior assalto da história aos cofres públicos.

Com a estrada pavimentada, o PT destruído, sua obra anterior reduzida a pó, o PSDB poderia se aventurar em 2018, mesmo sem dispor de programas e de projetos de país, confiando em uma economia em recuperação.

Os principais passos desse balé da conspiração:

  1. A maior parte da corrupção da Petrobras estava sob o comando do PMDB. A Lava Jato tratou de esconder o lobista-mor, ligado ao PMDB, restringir as investigações ao período do PT e investir pesadamente sobre Lula, a fim de não atrapalhar a tomada do poder pelo PMDB.
  2. Já o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot simulou jogar com o governo Dilma até fins de 2014. Quando sentiu que os ventos mudaram, pulou de mala e cuia para o barco da conspiração.
  3. O Supremo Tribunal Federal convalidou o golpe, especialmente após Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin terem abdicado de seu papel de defensores da Constituição.
  4. O chega prá-la no PMDB consistiu na derrubada de Eduardo Cunha e, gradativamente, de cada membro da camarilha de Temer. Trabalho facilitado, aliás, pela extensa capivara de cada um. O próximo a cair será Moreira Franco.

Peça 2 – o assalto generalizado à República

O quadro que veio a seguir é dantesco.

No mais alto cargo, um presidente impopular, sem o menor carisma, negocista, com uma carreira política pavimentada pelo fisiologismo e por suspeitas reiteradas de corrupção.

No Congresso e nas estatais, tem-se o maior assalto à luz do dia da história da República:

  1. A privatização do satélite brasileiro.
  2. A entrega das concessões públicas às empresas de telecomunicações e radiodifusão.
  3. A anulação das reservas indígenas.
  4. A autorização para a venda de terras a estrangeiros que, se consumada, sancionará o maior processo de lavagem de dinheiro da história.
  5. A legalização do jogo.
  6. A entrega do pré-sal às operadoras estrangeiras, sem nenhuma exigência de contrapartida.
  7. As sucessivas tentativas de importação de alimentos, reeditando alguns golpes históricos da Nova República.
  8. A venda de ativos da Petrobras na bacia das almas.
  9. O fim do conteúdo nacional nos projetos de construção das plataformas marítimas.

Essa esbórnia foi entregue de bandeja pela Lava Jato para a pior organização política da República, em nome do combate à corrupção.

Peça 3 – o desmonte do país

O desmonte está se dando nas seguintes frentes:

O projeto geopolítico

No dia 22 de fevereiro último, o Washington Post – jornal com estreitas ligações com fontes da CIA – produziu um artigo revelador (https://goo.gl/K2Hsov): “Como um escândalo que começou no Brasil está perturbando outros países da América Latina”.

A reportagem lembra o Brasil como estrela em ascensão quando conseguiu o direito e sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E que a Odebrecht se tornou um símbolo do crescimento da importância brasileira no mundo, da mesma forma que a Coca-Cola para os Estados Unidos e a Toyota para o Japão.

Constata o jornal que a Odebrecht se tornou peça central do soft power brasileiro. E – aí não é o jornal afirmando – valendo-se dos mesmos expedientes da Siemens alemã, da IBM norte-americana, da Dassault francesa. Em todos os casos, puniram-se dirigentes, mas preservaram-se as empresas, vistas como ativos nacionais.

A reportagem admite que a corrupção não surgiu no governo Lula, nem com a Odebrecht, mas que ela foi a única a ser pega. E mostra como a Lava Jato, com a ajuda do Poder Judiciário desses países, está ajudando a limpar a área de todos os governos de esquerda no continente.

No Brasil, o desmonte atinge todos os segmentos, dos estaleiros à indústria de defesa e toda rede de fornecedores, com a redução da obrigatoriedade do conteúdo nacional nas plataformas.

Agora, se prepara o golpe final contra as empreiteiras brasileiras, com a cooperação firmada com os Ministérios Públicos de mercados conquistados por elas e a tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de proibir novos contratos com elas. Um órgão assessor do Congresso se tornou peça-chave na destruição de ativos nacionais.

Não apenas isso.

O desmanche social

E aqui se entra nos desdobramentos não previstos pelo golpe.

A estratégia de desmonte do Estado aprofundou brutalmente a crise fiscal e a crise social.

A cada dia aumenta o desemprego, as tensões sociais, a insegurança nas grandes metrópoles, a crise fiscal da União e dos estados.

Há um brutal endividamento nas empresas. As que mais cresceram no período anterior são as mais endividadas. O sistema bancário montou operações de resgate estendendo os prazos dos financiamentos. Mas sem perspectivas de melhora da economia, caminha-se para uma crise sistêmica.

Por qualquer ângulo que se analise, será impossível a manutenção da política econômica atual e do próprio governo Temer.

A ideologização primária

Hoje em dia uma ideologização pesada domina os debates, tanto à direita quanto à esquerda, dificultando enormemente a busca de consensos. A ideia de construção nacional, pactos de produção, de inovação, afirmação de políticas sociais, equilíbrio entre o papel do Estado e do setor privado, todos os meios tons que deveriam servir de base para políticas de desenvolvimento cederam lugar a uma radicalização profundamente simplificadora.

Rapidamente, o pacote Meirelles torna-se inviável. E não aparece uma alternativa no lugar. Não levará muito tempo para que a agenda neoliberal seja substituída por uma liderança forte – de esquerda ou direita, civil ou militar – repetindo o roteiro norte-americano e britânico. Não mais um centro-esquerda relativamente racional.

Ou seja, o pêndulo com movimentos próximos do centro, mais à direita com o PSDB, mais à esquerda com o PT, mas sem abrir mão dos princípios democráticos, em breve será substituído por alguma saída autocrática.

Aí entram em cena as delações da Odebrecht, como um dos momentos de corte.

Peça 4 – as delações da Odebrecht e o MPF

Considere-se inicialmente o papel do Ministério Público Federal no golpe. Sabia-se desde o início da extensa capivara dos líderes do PMDB no Congresso; sabia-se de Temer, Cunha, Geddel, Padilha, Moreira Franco, como se sabia de Aécio, Serra, Alckmin, tanto quanto de Dirceu, Pallocci. Se sabia que o impeachment jogaria o país nas mãos do pior agrupamento que a política brasileira gestou desde a redemocratização.

O álibi mais generoso para a ação golpista e antinacional do MPF é o da ignorância, um grupo de procuradores desinformados, sem conhecimento mínimo sobre economia, geopolítica, interesse nacional, acreditando que a Lava Jato tinha chegado ao cerne da corrupção brasileira, com os tríplex, pedalinhos e quetais. Ou acreditando que comeria os políticos pelas bordas, primeiro o PT, depois o PMDB. Mas poupando sempre o PSDB.

Aliás, não dá para esperar essa visão política mais sofisticada do MPF quando nem a presidência da República nem o seu Ministro da Justiça demonstravam a menor sensibilidade para esses temas.

O Brasil está sendo literalmente destruído por um processo amplo de ignorância coletiva.

Era tão hipócrita o discurso anti-corrupção que, para apear do poder uma presidente honesta – jogando no lixo os votos majoritariamente dos mais pobres – tiveram que apelar para a história das pedaladas.

No final do governo Dilma, firmou-se um pacto tácito entre os conspiradores. Para manter as aparência de luta contra a corrupção e de isenção das investigações, seria sacrificado pelo menos um cacique de cada partido. Do PMDB, preferencialmente Cunha e Renan Calheiros; do PSDB, Aécio.

O fator Rodrigo Janot embolou um pouco o meio campo.

Fator Rodrigo Janot

Para investigar o conterrâneo Aécio, a estratégia adotada por Janot tem sido a da postergação das investigações.

A informação de que Janot solicitou ao Ministro Gilmar Mendes prorrogação do inquérito aberto para investigar as ligações de Aécio com a Lista de Furnas, é a comprovação cabal de sua estratégia de postergação permanente dos inquéritos.

Tome-se o caso da Lista de Furnas.

Nas primeiras delações de Alberto Yousseff, apareceram as menções às propinas recebidas por Aécio através do diretor Dimas Toledo. Desde 2010, dormiam na gaveta da PGR as peças do inquérito aberto para investigar as contas de Aécio em Liechtenstein.

Em 29 de fevereiro de 2016 – um ano atrás! – foi homologada a delação do ex-senador Delcídio do Amaral.

O que disse Delcídio sobre Dimas:

DELCIDIO DO AMARAL teve conhecimento de um grande esquema de corrupção que ocorria em Furnas, operado por DIMAS TOLEDO. Tai esquema já foi mencionado, “en passant”, anteriormente por ALBERTO YOUSSEF, tendo se referido à participação de AÉCIO NEVES no esquema.

DELCIDIO DO AMARAL confirma que esta referencia ao Sena dor Mineiro tem fundamento. A corroboração de que YOUSSEF tinha conhecimento do esquema, e o fato de que ele mencionou a pessoa de DIMAS TOLEDO, experiente e competente profissional do setor elétrico.

DIMAS TOLEDO era o operador do esquema de corrupção em Furnas pela PSDB. O esquema de Furnas atendia vários interesses espúrios do PP, do PSDB e depois de 2002, do próprio PT.

DELCIDIO DO AMARAL, em viagem a Campinas com o presidente LULA, foi perguntado pela Ex-Presidente sobre a atuação de DIMAS: “DELCÍDIO, quem e esse cara?” DELCIDIO respondeu: “E um profissional do setor elétrico. Por que o senhor me pergunta isso?” LULA respondeu: “E porque o Janene veio me pedir pela permanência dele, depois o AÉCIO e até o PT, que era contra, já virou a favor da permanência dele. Deve estar roubando muito!”

DELCIDIO sabe que DIMAS TOLEDO sempre teve informações relevantes de vários governos estaduais e federais, vez que era Diretor de Engenharia de FURNAS, tanto que o então Ministro JOSE DIRCEU afirmou: “Se colocarem o Dimas como ascensorista de Fumas, ele manda no presidente”.

Dimas não era mais um operador: era o centro de uma extensa rede de corrupção, como se fosse a soma de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff. Qualquer investigação minimamente profissional e isenta daria prioridade total a investiga-lo pois, a partir dele, se mapearia toda a estrutura de corrupção em torno de Furnas.

Hoje em dia, são decretadas prisões preventivas às pencas, sob o argumento de que, solto, o suspeito poderia esconder provas. Dimas está solto há anos, tendo sido incomodado pouquíssimas vezes.

Pelo arrazoado de Janot, fica-se sabendo que:

  1. Assim como o inquérito da helicoca, o da Lista de Furnas parou no TRF2 – o Tribunal Regional Federal da 2a Região, com sede em Belo Horizonte.
  2. O inquérito quebrou o sigilo de Dimas Toledo, mas o TRF2 manteve os dados em sigilo.
  3. O máximo que se avançou foi em uma acareação entre um delator, Fernando Antônio Horneaux de Mora e Dimas, na qual o delator acusou e Dimas se defendeu. E nada mais foi apurado.

Um ano após a homologação da delação de Delcídio, Janot solicita mais 60 dias de prorrogação do inquérito para que a PF traga os seguintes documentos:

  • Juntada de cópia do relatório final elaborado pelo TCU sobre o “Mensalão de Furnas”, sobre possíveis irregularidades em contratos celebrados por DIMAS FABIANO TOLEDO, enquanto Diretor de Engenharia de FURNAS, conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0200/217 de fl. 481);
  • Juntada de cópia do relatório final elaborado pela Controladoria Geral da União sobre o “Mensalào de Furnas”, conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0201/2017 de fl. 482;
  • Juntada de autos que tramitaram perante a 3? Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, no qual houve quebra de sigilo bancário de DIMAS FABIANO TOLESO, conforme solicitado no Ofício 0202/2017 de fl. 487;
  • Oitiva de SILVIO PEREIRA (fl. 456); Oitiva de JOSÉ DIRCEU (fl. 455); Oitiva do colaborador DELCIDIO DO AMARAL GOMEZ; g) Oitiva do investigado.

Daqui a 60 dias, tudo pode ocorrer: uma nova solicitação de prorrogação de prazo, alguma medida de Gilmar visando paralisar o inquérito, a alegação de que nada foi encontrado capaz de corroborar as acusações.

Peça 6 – o barril de pólvora

Com a divulgação da delação da Odebrecht monta-se o quadro, com a mais completa desmoralização do poder civil brasileiro desde os idos de 1964.

A delação é o estopim em cima do seguinte barril de pólvora:

  1. Economia sem sinais de reativação. A necessidade de criar fatos faz a mídia comemorar possibilidade de crescimento do PIB de 1% no próximo ano, depois de queda de 8%. Ou saudar a entrada de investimentos externos, que estão vindo exclusivamente atrás de empresas em dificuldades, sendo vendidas na bacia das almas, como se fosse sinal de recuperação. Quem opera no mundo real, como a Fnac, está tirando o time do país.
  2. Desmoralização do discurso da austeridade, a ideia de que com mais arrocho se terá a volta do crescimento.
  3. A corrupção do grupo de Temer eliminando qualquer tentativa de legitimidade do Executivo, ao mesmo tempo em que se tenta colocar goela abaixo do país a reforma da Previdência. Os papéis distribuídos pelo Anonymous mostram estreitas relações de negócio entre Temer, José Yunes e Sandro Mabel (https://goo.gl/95WjSw). Tanto Mabel quanto Yunes foram nomeados assessores especiais por Temer, na sua cota pessoal. Yunes foi acusado de intermediar propinas para o PMDB, com o conhecimento de Temer (https://goo.gl/yjf8PF). Mabel é conhecido por intenso trabalho de lobby no Congresso (https://goo.gl/4aCwz2).
  4. Avanço avassalador do crime organizado nas principais regiões do país, movimento ampliado pelo fato da economia formal ser incapaz de gerar empregos.
  5. Aumento da criminalidade e da insegurança, devido à crise fiscal dos estados, desaparelhando as polícias, e ao aumento do desemprego. Em grande parte dos estados, as PMs abriram mão de suas responsabilidades em relação ao crime organizado para se tornarem polícias políticas. O caos do Espírito Santo expôs as vísceras de um modelo fiscal inviável.
  6. Desmanche da imagem do Brasil internacionalmente, como futura média potência. O arranjo político legado pela Lava Jato tornou o Brasil, aos olhos da opinião pública mundial esclarecida, uma republiqueta similar às piores republiquetas africanas (https://goo.gl/I1Y40t). Obviamente, em nome da grande causa de combate à corrupção. O artigo do Le Monde analisa o significado da indicação de Alexandre de Morais para o Supremo.

Temer não resistirá. O PSDB não resistirá. O PT está fora do jogo.

O que sobrará após as delações da Odebrecht? O que a Globo, o Supremo, o mercado, o PGR terão a oferecer para evitar o caos, como contrapartida à sua responsabilidade nesse desmanche do país?

Arquivo

O pedido de Janot sobre Aécio

A delação de Delcídio

 

Comentários

Espaço Colaborativo de Comentários

Sérgio Vianna

Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4a feira cinza

qua, 01/03/2017 – 14:39

Duas observações:

  1. O TRF-2 não tem sede em Belo Horizonte, e sim no Rio de Janeiro. Os processos em segunda instância originados em Minas Gerais vão para o TRF-1, com sede em Brasília. Provavelmente, o que está parado deve ser no TRF-2 mesmo, só que no Rio de Janeiro, por conta de processos, investigações, inquéritos, etc. localizados no Rio de Janeiro em razão dos desvios de Furnas, empresa cuja sede está na cidade do Rio de Janeiro.
  2. “Juntada de cópia do relatório (…) sobre o “Mensalão de Furnas”.”. É necessário NÃO  contribuir para a confusão do leitor, pois a). “Mensalão (tucano) de Minas” é uma obra de 1998, do governo Eduardo Azeredo, utilizando verbas de empresas públicas e dos arranjos de Daniel Dantas junto com Marcos Valério e o Banco Rural para o financiamento da campanha de reeleição de Azeredo ao governo de Minas. Não deu certo, Itamar Franco se elegeu. e b). LISTA DE FURNAS é obra de Aécio Neves quando de sua eleição ao governo de Minas em 2002, que tomou recursos de Furnas para o financiamento de várias campanhas dos tucanos, em Minas e no Brasil.

Em tempo: O caso helicoca tem um histórico de corar o mais estúpido salafrário, e pode ser lida uma atualização do processo no link: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/promotor-que-investigava-caso-do-helicoptero-de-zeze-perrella-e-afastado-por-joaquim-de-carvalho/

gueras

Contradição no texto

qua, 01/03/2017 – 16:50

Se o próximo lider civil ou militar vai seguir o modelo americano/britânico, nada mais é do que o modelo neoliberal puro e simples.

Sidnei

Rufem as panelas

qua, 01/03/2017 – 15:29

Os partidos Brasileiros deveriam substituir o S de “socialismo” por F de FASCISMO e o B de Brasileiro por AN de anti-nacional. O D para E de elitista.

O PSDB viraria Partido Fascista Elitista anti nacional

O PSD Partido Fascista Elitista

O DEM partido elitista…

O PR Partido Fascista, o PP Partido Podre….

Enfim,

Tiririca, Romário, Sérgio REI…

O pior Congresso, o pior MP, o pior Supremo DO MUNDO. DE TODOS OS TEMPOS!

A economia só volta a crescer, lentamente, à partir de 2019, pois ainda falta desmanchar as empresas associadas à industria de petroleo e gás.

Ainda falta roubar os 380 bilhões de doláres de reserva e voltar uma inflação de uns 20% ao ano. É uma tarefa que parecia dificil. Parecia…

Daí, quem sabe se não se fecha, finalmente, a GLOBO.

Cláudio Freire

Apenas uma sugestão de complementação

qua, 01/03/2017 – 15:27

Concordo integralmente com a tese do colega Marco Antônio para explicar o quadro político atual. Gostaria apenas de fazer uma pequena sugestão de complementação da narrativa por ele desenhada.

Sem dúvida, também considero que o ensaio da AP470 despertou dois movimentos subterrâneos de desestabilização do governo Dilma, e que o segundo movimento (montar uma superbancada na Câmara, centrada em Eduardo Cunha e com fóco especial sobre a Petrobrás) foi o que preponderou. Mas acho que alguns outros fatos contribuíram também para o golpe, e que esses outros fatos garantem protagonismo também para o primeiro grupo (PSDB + Lava Jato + Judiciário + Mídia).

Refiro-me à conjunção entre a crise econômica (com a influência também de imortantes fatores externos – queda dos preços internacionais das principais commodities) e as primeiras grandes manifestações de desagrado com a crise econômica, as famosas Jornadas de Junho de 2013.

A sequência da narrativa que acho mais possível, tomando emprestada a tese do Marco Antônio, é a seguinte:

  1. AP470 – ensaio de golpe. Lula se recupera, termina o governo muito bem avaliado e faz sua sucessora, Dilma
  2. Desde o final de 2011, os preços internacionais das principais commodities começaram a cair, especialmente petróleo e minério de ferro. O Brasil é um país onde a venda das commodities tem importância fundamental nas exportações. Num primeiro momento essa queda não foi abrupta, mas começou a produzir dificuldades econômicas concretas e significativas na economia a partir da segunda metade de 2012.
  3. Em paralelo, Dilma promove grande queda da taxa de juros SELIC, o que tem o mesmo efeito que chamar a plutocracia (e a mídia que vocaliza seus interesses) para a briga. Começava a se criar um clima hostil contra ela.
  4. As dificuldades econômicas que começavam se se fazer presentes se constituíram num pano de fundo importante para a extensão e a profundidade dos protestos de 2013, as famosas Jornadas de 2013. Claro que as forças políticas de oposição ao governo Dilma e a articulação da mídia oligopolista foram fundamentais para mudar o fóco dos protestos iniciais, para aumentar sua articulação e para tocar fogo no país. Mas as dificuldades econômicas estavam bem presentes, e a mídia oligopolista ocultou, principalmente nas mídias impressa e televisiva, a existência de fatores externos na crise econômica que se instalava. Toda a responsabilidade pelas dificuldades econômicas estava sendo debitada a Dilma e seu governo.
  5. A extensão e profundidade das Jornadas de Junho 2013 mostraram que era possível sim mobilizar muita gente contra o governo Dilma. Acho que o PSDB e os grupos golpistas do PMDB que se aproximaram dos tucanos na eleição achavam que Aécio seria eleito.
  6. Em 2014, ano eleitoral, a queda das principais commodities adquire ritmo exponencial exatamente em outubro/2014, entre o primeiro e o segundo turnos.
  7. No entanto, além de Eduardo Cunha conseguir eleger uma bancada de aproximadamente 140 deputados federais no baixo clero, que seriam fiéis a ele na votação para Presidente da Casa, e de o Legislativo ter alterado seu perfil para o mais conservador das últimas duas décadas, também Dilma vence a eleição e se reelege para um segundo mandato. Nesse momento, a drástica mudança no cenário macro-econômico faz Dilma mudar sua estratégia para a economia. A oposição e a mídia exploraram muito bem essa mudança (“estelionato eleitoral”), e Dilma errou na escolha do novo Ministro da Economia, o que fragilizou ainda mais sua posição.
  8. A derrota “inesperada” de Aécio, no entender desses grupos golpistas, sinalizou que não havia mais como esperar, e que o golpe deveria ser desferido a partir do dia seguinte ao da eleição. A partir daí, foi o que acompanhamos, com os “debates” e as votações deprimentes que se realizaram na Câmara e no Senado.

Na minha opinião, essa foi a sequência do golpe de 2016.

Lucinei

Gostei. Os pontos 4 e 5

qua, 01/03/2017 – 16:06

Gostei.

Os pontos 4 e 5 precisam ser mais explorados.

Desde 2012 o Sr. FH já percorria todos os salões promovendo o “todos contra o PT, PT, PT” e a necessidade de “bater bumbo pra classe média”. A infraestrutura estava contratada, a energia foi barateada, o emprego estava alto, os salários subiam, os programas sociais estavam ativos… Enfim, mais uma derrota eleitoral, a quarta seguida, era iminente.

2013 começou e já no primeiro trimestre a campanha do tomate fora deflagrada. Enquanto isso todos os setores de inteligência já sabiam do “não vai ter copa”. A velocidade como os “grupos espontâneos” foram perfilados, com cartazes padronizados e carros de som não deve surpreender.

Sobre o ministro da economia, sinceramente, não acredito que quem quer fosse conseguisse demover um congresso de[…]ver mais

PJ não VOTA!

O Jornalismo acabou e a eleição não tem fim!

JB Costa

Talvez tenhamos comprometido

qua, 01/03/2017 – 15:08

Talvez tenhamos comprometido uns dez anos numa possível escalada para o patamar das nações desenvolvidas.

O pior é que o pior ainda está por vir. Isso para os otimistas. Para os pessimistas. ele já chegou;

Alguém terá que prestar conta dessa fatura tão descomunal de termos de irresponsabilidade e insensibilidade.

Junior Sertanejo

Taí companheiro JB Costa,seu

qua, 01/03/2017 – 15:37

Taí companheiro JB Costa,seu comentario joga luzes no porvir,e concordo inteiramente com você que o pior ainda está por vir.

dja

Vice de Lula e o timing das pesquisas de Moro

qua, 01/03/2017 – 15:07

O que pode-se prever das delações da Odebrecht é que Lula não está na lista-bomba, se estivesse ja o teriam fritado.

Sem delação e sem convicção, começa a contagem regressiva para Lula ser candidato presidenciável em 2018, porém não há qualquer menção a seu futuro vice nas confabulações jornalísticas atualmente, isso mostra o quanto a esquerda está dicotômica, pois o PT e os insuficientes parlamentares dos nanos esquerdo-partidos querem apenas para si próprio o protagonismo no próximo pleito presidencial, inviabilizando uma indispensável aliança para redemocratização do Brasil.

A continuar o hiato jurídico desde o impeachment ilegal de 2016, Lula deve pensar em quem por em seu lugar lá em Brasilia em 2019. Por outro lado, o timing bem calculado de Moro, equacionando na sua estratégia condenatória as pesquisas de intenção de voto, sabe que se sentenciar Lula antes dos resultados das eleições de 2018, é dar o palácio da alvorada a quem o ex-presidente quiser. Em relação as dúvidas de quem será o vice-presidente na chapa de Lula/18, Dilma diria: Fique sem!

 

Leave a Reply