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Brasil: O assalto ao poder e os Macunaímas do Supremo, por Luís Nassif; Sem limites: Ministro da Justiça mandou nomear 25 pessoas na Funai como troca de votos para reforma da previdência.

O assalto ao poder e os Macunaímas do Supremo, por Luís Nassif

Quem é o Macunaíma: a empregada ou o Ministro?

Segundo o site “Congresso em Foco”, o Ministro da Justiça Osmar Serraglio decidiu demitir o presidente da ao Funai (Fundação Nacional do Índio), Antônio Fernandes Toninho da Costa, por não ter atendido às demandas do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-CE), nomeando 25 pessoas indicadas por ele (https://goo.gl/KgAZ44) para o órgão.

Segundo a reportagem, a decisão de Serraglio teve aval do presidente da República Michel Temer. Provavelmente visa trocar as indicações por votos para o desmonte da Previdência Social.

São co-responsáveis diretos por essa tragédia os excelentíssimos Ministros do Supremo Tribunal Federal, que se acovardaram em relação a um golpe aplicado em uma presidente, não por seus erros econômicos, mas por não transigir com o loteamento do país. E nada fazem para impedir a continuação da pilhagem.

São igualmente co-responsáveis a Procuradoria Geral da República, a Lava Jato, os procuradores que saíram às ruas em estranhas passeatas destinadas a entregar o poder a uma quadrilha, em nome da moralidade. E continuam sendo responsáveis, assistindo de camarote o desmonte do país, as negociatas a céu aberto, com o ar de “isso não é comigo”.
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Esses agentes “civilizatórios”, como se supõe ser o Ministro Luís Roberto Barroso, sempre empenhados em enaltecer o modelo anglo-saxão, fogem das questões centrais que ajudaram a erigir uma civilização relativamente moderna por lá: homens públicos conscientes de sua responsabilidade perante o país e o Estado, vozes que se levantavam contra os abusos, contra as ameaças à nacionalidade, contra os assaltos a céu aberto, contra os esbirros do poder, os fundadores que chamavam a si a responsabilidade pelos destinos da pátria.

O Brasil é o que é não por conta da empregada do amigo de Barroso, que não aceitou registro em carteira para não perder o Bolsa Família. É por conta de Ministros como Barroso, que assistem de camarote a essa pilhagem, os seguidores da máxima “não é comigo”, mais preocupados com os ataques que podem sofrer de blogs de direita arranhando o verniz das suas reputações, do que se valer de seu poder institucional para defender o país.

O Macunaíma não é a marronzinha que serve humildemente em casas de advogados bem-sucedidos. É o espírito que permeia sumidades, como as que habitam o Olimpo do Supremo, e que, tendo os raios de Zeus à disposição, preferem o sossego dos traques sem risco. E dormitar na rede, achando que o incêndio nunca chegará na choupana Brasil.

A razão de terem aceitado a indicação para o Supremo é exclusivamente a vaidade, o status, a liturgia do cargo, não as responsabilidades inerentes, a possibilidade de interferirem positivamente nos destinos do país, o exercício do contraponto em benefício do bem comum. Ou proteger a Nação quando submetida à pilhagem por uma quadrilha sem limites.


Comentários


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Meire

São co-responsáveis diretos

São co-responsáveis diretos por essa tragédia: a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que lavou as mãos em relação a um golpe aplicado em uma presidente, pelo fato dela não transigir com o loteamento do país. E deu plena liberdade a seus falsos pastores para colocarem fogo  na massa fanática e corrupta de quem tem controle e com a qual afanam lotes do Brasil. Agora percebe-se que falsos sacerdotes brasileiros, que fizeram opção pela Igreja Católica, nela tem seu sustento e mordomias e não obedecem a hierarquia da mesma, que seria abertura e cooperação e não combate dissumulado e covarde ao atual papa.

São co-responsáveis diretos por essa tragédia: a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que deu pleno endosso ao golpe, e agora timidamente, e em cima do muro emitiu uma nota de araque, conjunta com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) condenando a maneira como está se dando a reforma da Previdência, mas na realidade nada fazem para impedir a continuação da pilhagem, pois da mesma são agentes.

O mito da nação brasileira

Dilma Rousseff foi apeada do poder porque, além de honesta, era petista. Ha muito que a plutocracia brasileira queria o fim do PT no âmbito federal. Quem conhece um pouco desse meio, ja ouviu os deboches a Lula e a petistas em geral e as falas de que o Brasil não pode ser governado por “essa gente”. A elite brasileira é essencialmente classista, quase separatista, ainda que não frontalmente, pois sempre precisaram das amas de leites para seus sinhozinhos e sinhazinhas.

Pelo historico da formação do que podemos denominar nação brasileira, calam-se face à quadrilha que esta no poder porque ela é parte deles. Para eles, Temer e os seus quarenta ladrões pertecem à seu meio, são “gente que fala a mesma lingua”. O importante em certo substratro social é o verniz e não a essencia. O importante é o Brasil continuar sua deriva, como sempre foi, sem homens ou mulheres que queiram mudar o rumo do paiis. Os vicios são mais profundos do que possam aparentar.

A lava Jato nesse contexto tem a utilidade de desenvencilhar do PT e dessa forma liberar o caminho para que os partidos do mainstream possam voltar a fazer o que sempre fizeram com o paiis. E sendo assim, gente como Barroso dorme mais tranquilo. Afinal, o paiis esta nas mãos de gente como ele, que faz uso dos mesmos codigos, que pertence à sua “classe social”.

Quanto à fabula da empregada e do advogado ela é uma das melhores explicitação sobre como funciona nossa sociedade. Recomendo a leitura das Fabulas de La Fontaine, algumas são preciosos exemplos das historias contadas por tipos como Barroso.

A importância de matar o mito

Bastaria que o Robin Hood tivesse pegado algum dinheiro para enriquecimento próprio para que a história medieval que conhecemos fosse desacreditada, e para que muitos senhores ingleses pudessem dormir melhor nestes últimos 500 anos e os anos que virão.

Hoje, para a elite brasileira, é fundamental prender o Lula e matar o mito. Quanto menor e brega seja o delito, mais ordinário o Lula será apresentado perante a sociedade, como um batedor de carteira, um aproveitador de sobras, um catador de restos de banquetes, ou seja, delitos que o “povo” entende claramente como tais. O apartamento do Geddel na Bahia é perdoável para as elites, pois demonstra bom gosto e articulação, mas não assim aquele apartamento brega em Guarujá.

Pela cultura brasileira, o povão convive e tolera elites ricas, elegantes, articuladas e espertas, mas não perdoa ladrão de galinha dentro da sua comunidade. Assim também a “justiça”, como fez com aquela mulher que roubou um pote de manteiga em supermercado e ficou 6 meses na cadeia.

A elite avança sobre Lula como bando de meninos vândalos que, depois de aprontar e serem questionados pela professora, estes apontam o dedo justamente para o mais comportadinho da sala, aquele carinha que os envergonha, aquele “mau exemplo”, aquele que os diminui moralmente.

Lula não é o santo nem precisa ser um mito (embora parte do povo precise disso), mas, a sua presença incomoda nas urnas e nos ambientes de poder. Lula deve ser destruído para que o Aécio não “pareça” ser tão ladrão assim; para que Serra e sua filha não sejam mais incomodados; para que os juízes que compraram apartamento em Miami sejam esquecidos; para que Cunha volte aos braços da sua mulher e recuperar os “trust”; para que Temer não seja tão insignificante assim; para que os privilégios de muitos permaneçam escondidos; para que Moro possa ir a morar aos EUA e encontrar sossego; para que a Globo possa continuar mandando; para que o povo não saia para rua; para que o povo engula as reformas sem voto; para deter esta “sangria” e essa “porra”; para deixar de mentir diante as câmeras; para vender o Brasil; para voltar à “normalidade”.

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R R

Fundo do poço?

Nassif,
FHC colocou na mesa a realização de novas eleições porque sabia que Lula será barrado por Curitiba através da delação de Leo Pinheiro. Era um novo passo do golpe, não uma reação a ele.
Não é que se vai chegar ao fundo do poço para depois sair dele. O fundo do poço é a nova normalidade do país.
Por que a Rússia, e não a China, é vista hoje como a maior ameaça aos EUA e Europa?
A China compete com os EUA no tamanho da economia, concentra a maior população do planeta, e em breve se equipará a Rúsia e EUA em termos militares.
Entre outras razões, é porque a Rússia é uma nação independente e rica em recursos energéticos.
Central para a era do capitalismo são o trabalho assalariado e a disponibilidade, acesso e controle de fontes abundantes de combustíveis fósseis.
Dica de leitura para entender a nova realidade brasileira: Carbon Democracy, de Timothy Mitchell.

Perfeito!

O Macunaíma não é a marronzinha que serve humildemente em casas de advogados bem-sucedidos. É o espírito que permeia sumidades, como as que habitam o Olimpo do Supremo, e que, tendo os raios de Zeus à disposição, preferem o sossego dos traques sem risco. E dormitar na rede, achando que o incêndio nunca chegará na choupana Brasil.

Luis Nassif in GGN, 21 de Abril de 2016

O que você é grita tão alto que não consigo ouvir o que você diz que é.

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mz

Uma vaidade que atende aos

Uma vaidade que atende aos clamores mais retrógrados da sociedade, o classismo,a mesquinharia, a corrupção e cada vez mais evidente e fortalecido dentro do órgão, o partidarismo político, que conduzirá o STF à lama e ao lixo da história. Ou seja uma vaidade boçal.

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