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Grito por diretas reúne multidão em SP e aponta o voto como a única saída; Milhares de manifestantes e artistas participaram neste domingo 4 de um grande ato pela saída de Michel Temer e em defesa de eleições diretas

Grito por diretas reúne multidão em SP e aponta o voto como a única saída

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Passaram pelo palco artistas como Criolo, Rael, Chico César, Edgar Scandurra, Emicida, Otto, Paulo Miclos, Péricles, Pitty, Simoninha, Tulipa Ruiz e Maria Gadú, com encerramento de Mano Brown, além de lideranças como Guilherme Boulos e a presidente da UNE, Carina Vitral, e personalidades.

Para a economista Laura Carvalho, que também discursou, não basta tirar Temer e colocar outro Temer. “Não queremos esse Temer nem outro Temer. Mais igualdade a gente conquista com voto”, disse. “O Brasil quer escolher seu presidente e, se possível, já”, defendeu Chico César, o primeiro a cantar.

Confira reportagem da Rede Brasil Atual sobre o ato:

‘Não queremos esse Temer nem outro Temer. Mais igualdade a gente conquista com voto’

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Artistas e movimentos sociais deixam o recado para os presentes. “A gente quer mais democracia e novos direitos. Mais direitos e mais participação dos movimentos”, diz a economista Laura Carvalho
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O Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, está tomado por manifestantes que acompanham o ato SP pelas Diretas Já, convocado por artistas, ativistas da mídia independente e blocos de carnaval, com a presença de movimentos sociais. A primeira atração do dia ensolarado na capital foi o cantor paraibano Chico César. “O Brasil não suportaria a possibilidade de uma eleição indireta tendo um Congresso completamente contaminado”, disse.

“É importante que o povo se manifeste hoje pela queda de Michel Temer (PMDB). Parece que esse governo que entrou há um ano quer desfazer tudo que foi conquistado nos últimos 100 anos. Ele deseja a precarização completa das relações de trabalho, levando o país a um sistema de semiescravidão”, completou. O cantor ainda levantou a bandeira da necessidade da realização de uma greve geral no país. “A greve significa a classe trabalhadora unida para assegurar direitos conquistados arduamente”.

Após o show do artista, um dos apresentadores do evento, Leo Madeira, chamou o coletivo carnavalesco Arrastão dos Blocos. “Os blocos de carnaval são as pessoas unidas. E isso não acontece apenas em cinco dias. Os blocos entendem que o papel da mobilização não é só o escape, mas o posicionamento político, especialmente em um momento tão delicado como esse.”

Arrastão levantou o público com marchinhas tradicionais e composições dedicadas ao tema da manifestação: a queda do presidente Temer e a realização de eleições diretas. “Fora Temer! Ele é golpista, ladrão devoto, quer roubar o trabalhador. Arrastão está nas ruas para derrubar esse impostor”, cantaram.

Integrantes de movimentos populares utilizaram o microfone para reforçar a unidade do ato. “Lutar pelas diretas hoje é essencial. Primeiro, para derrubar o Temer, que mesmo envolvido nos maiores absurdos está querendo se recompor, começa a ensaiar uma forma de se agarrar no governo até 2018. E também, caso o Temer caia, precisamos barrar a tentativa de um Congresso totalmente desmoralizado de eleger o presidente”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, Guilherme Boulos.

“Sem ampliar a luta, não vamos conseguir derrubar o Temer. Os grupos de cultura estão de parabéns”, disse Boulos sobre a organização dos artistas. “A única forma de construir uma saída da crise é resgatar a soberania popular, chamando o povo a decidir. Isso não resolve tudo, mas é o princípio de um caminho democrático. No nosso entendimento, o movimento das diretas é a bandeira hoje que pode barrar as reformas da Previdência e trabalhista, que ninguém conseguiria se eleger nas urnas com essas propostas. Vamos derrubar essa agenda política”, completou.

O presidente da CUT-SP e integrante da Frente Brasil Popular, Douglas Izzo, ressaltou a importância da união em torno das diretas. “Estamos todos aqui, Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, artistas, CUT. Nós, das centrais sindicais, lutamos também contra a retirada de direitos, contra reformas apresentadas por Temer. É a luta pela garantia de direitos, para que o povo possa definir quem será o próximo presidente. Não aceitamos eleições indiretas. Precisamos ficar de olho. O Congresso é totalmente envolvido com corrupção e com as mais diretas falcatruas deste país”, disse.

Presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, também da Frente Brasil Popular, elogiou a iniciativa. “Esse ato é muito importante. A luta pelas diretas tem que ser de todos. Das pessoas, dos artistas, dos partidos, dos cidadãos comuns que podem e devem se unir nesta grande campanha. Venham juntos e vamos derrubar o Temer e conquistar as eleições diretas”, disse.

Para a economista Laura Carvalho, professora da USP, a luta contra a desigualdade social passa pela ampliação da democracia e não sua supressão. “A gente não quer esse Michel Temer nem outro Michel Temer para fazer isso. A gente quer mais democracia e novos direitos. Mais direitos e mais participação dos movimentos. A gente quer mais igualdade. Tudo isso a gente só conquista com o voto. Fora Temer e Diretas Já.”

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Mais de 100 mil em São Paulo pedem diretas já e enaltecem a importância das ruas

“É algo extraordinariamente interessante sobre a consciência do que significa votar”, disse Osmar Prado. “Muita gente acredita que é possível mandar governo Temer para o arquivo morto da história”, diz Erundina.
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por Redação RBA publicado 04/06/2017 19h26, última modificação 04/06/2017 19h27
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Todas as fotos por Coletivo Diretas Já
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O músico Mano Brown encerrou o ato em São Paulo

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São Paulo – Mais de 100 mil pessoas compareceram ao ato SP pelas Diretas Já, no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. O ato convocado por artistas, ativistas da mídia independente e apoiado por movimentos sociais reuniu em um mesmo palco debate político, cidadania, música e poesia. Foram cerca de sete horas de shows com presenças de importantes nomes do cenário cultural brasileiro, como o músico Mano Brown, que encerrou a noite, os rappers Criolo e Rael, a atriz e poeta Elisa Lucinda, entre outros.

Os artistas que passaram pelo palco defenderam as pautas centrais: queda do presidente Michel Temer (PMDB) e convocação de eleições diretas. Também não faltaram críticas à agenda política de Temer, com suas propostas de reformas, como a trabalhista e da Previdência, que de acordo com os presentes “atacam direitos” e representam um retrocesso na cidadania brasileira.

“O que está acontecendo agora é algo extraordinariamente interessante em um sentido de consciência ampliada do que significa votar e o que significa neste momento pedir por diretas já. Estamos falando da verdadeira reforma política no Brasil”, disse o ator Osmar Prado. “O ato de hoje representa o quanto há uma insatisfação. Neste sentido os artistas podem colaborar falando, cantando e usando sua imagem à favor daquilo que eles acreditam”, ressaltou a atriz Mel Lisboa.

Mano Brown disse que a participação de artistas populares tem um peso importante no movimento pela democratização. “Os artistas têm acesso ao povo. Às vezes o artista comunica muito mais do que os políticos através da música. A classe artística tem muito tempo que está envolvida na política.”

“Muita juventude, muita gente bonita, muita gente acreditando que na ruas é possível mandar o governo Temer para onde ele deve ir: o arquivo morto da história”, disse a deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP). Ela estava na praça, junto com os demais manifestantes que querem a volta da democracia e do direito de decidir. Ali no chão da praça também estavam outros políticos como os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Sâmia Bonfim (Psol), os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Ivan Valente (Psol-SP) e o deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol).

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