Geral, Notícias gerais, Política

Kennedy Alencar: Cármen Lúcia faz política e não Direito em sua gestão à frente do STF; Três ministros do STF reconhecem que Cármen Lúcia teve uma vitória política inegável, ao aproximar o ex-presidente Lula da prisão

Kennedy Alencar: Cármen Lúcia faz política e não Direito em sua gestão à frente do STF

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar ouviu de três ministros do Supremo Tribunal Federal que a manobra de Cármen Lúcia para colocar Lula mais perto da prisão é uma vitória para a presidente da Corte, mas vai lhe custar a boa relação que vinha tendo com os demais membros do tribunal.

Em artigo divulgado nesta quinta (5), Kennedy ainda lembrou que Cármen Lúcia vem usando a toga para fazer política desde que foi alçada ao comando do STF. Ela já articulou a salvação do mandato de Aécio e deu tratamento muito diferente a Renan Calheiros, se comparada a situação de Lula.

Por Kennedy Alencar

Três ministros do STF reconhecem que Cármen Lúcia teve uma vitória política inegável, pois prevaleceu ontem a sua estratégia de aproximar o ex-presidente Lula da prisão. No entanto, afirmam que isso custará caro nas relações internas no tribunal e apontam tratamento diferente em relação a Lula na comparação com Aécio Neves e Renan Calheiros. Esses ministros dizem que Cármen Lúcia faz política e não direito em sua gestão à frente do Supremo.

Em dezembro de 2016, quando Renan Calheiros não aceitou decisão do ministro Marco Aurélio Mello para se afastar do cargo, Cármen Lúcia participou dos entendimentos de bastidor com o PMDB e o PSDB para manter o emedebista na Presidência do Senado.

Em outubro do ano passado, mais uma vez, lembram ministros, Cármen Lúcia atuou politicamente. Colocou em votação e deu o voto decisivo num julgamento que permitiu a Aécio Neves continuar senador, exigindo aval do Legislativo para que o Supremo tomasse medidas cautelares em relação a congressistas.

Desde o ano passado, havia pressões internas no Supremo para o reexame da decisão adotada em outubro de 2016 que permitiu a possibilidade de executar a pena de prisão após condenação em segunda instância. Gilmar Mendes afirmava que mudara de ideia e queria rever essa questão. Cármen Lúcia dizia que não votaria o assunto.

Em dezembro passado, Marco Aurélio Mello liberou para julgamento duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade, uma da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e outra do PEN. Cármen Lúcia deixou essas ações na gaveta. Quando as pressões se tornaram insustentáveis, decidiu colocar o habeas corpus do ex-presidente Lula que pede que sua prisão não seja decretada. Jogou com o poder que tem sobre a pauta, mas mostrou que adota medidas diferentes em relação ao nome na capa do processo.

O ambiente interno no STF está longe da pacificação. Haverá pressão para votar as Ações Declaratórias de Constitucionalidade sobre o tema.

Continue lendo aqui.