Cemig aguarda fim do impasse na concessão de usinas
Expectativa envolve as unidades de Jaguara, São Simão e Miranda
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) espera que o fim do impasse da renovação da concessão de suas principais usinas – Jaguara, São Simão e Miranda – aconteça ainda este ano. No momento, o impasse está na Justiça. “Ao mesmo tempo estamos em negociação com o governo”, observa o superintendente de relações com investidores Antônio Carlos Velez Braga.
A direção da companhia não descarta participar do leilão para conseguir de volta as usinas que representam em torno de 40% da capacidade instalada de geração da Cemig GT. E como vale a regra de menor tarifa e por conhecer bem as usinas a Cemig teria grandes chances de conseguir os empreendimentos.
Foi no último dia 5, que portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) publicada no “Diário Oficial da União” (DOU) autorizou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a promover a relicitação dessas usinas, além de Volta Grande.
O texto prevê que o leilão seja realizado até 30 de setembro deste ano.
No começo deste mês, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, reiterou a estimativa do governo de obter cerca de R$ 12 bilhões no leilão.
Outra saída para o impasse das usinas, conforme o diretor de distribuição e comercialização da Cemig, Luís Fernando Paroli Santos, seria a estatal conseguir um sócio privado para ser dono de 51% das usinas, situação prevista pela Lei nº 13.360/2016, com prazo para ser colocada em prática até 28 de fevereiro do ano que vem. Com a transferência do controle, a Cemig ficaria com 49% de participação.
Caso os caminhos da Justiça e da negociação com o governo federal acabem não dando certo, Braga ressalta que a Cemig entende que tem direito a receber uma indenização em razão dos investimentos feitos nessas usinas e que ainda não foram amortizados, valores que podem ser utilizados como moedas de troca no leilão das usinas. O valor que a estatal teria direito como indenização não foi divulgado.
Disputas
Anos. A disputa judicial da Cemig com a União remonta às alterações promovidas no setor elétrico durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. A empresa não aceitou o pacote proposto.
Reflexo
Crise do país impactou no resultado
A crise econômica impactou nos resultados da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em 2016. O lucro líquido da companhia foi de R$ 335 milhões, resultado 86,4% menor na comparação com o ano anterior (R$ 2,469 bilhões). “2016 foi um ano complicado”, diz o diretor de distribuição e comercialização da Cemig, Luís Fernando Paroli Santos.
A crise impactou de várias maneiras, conforme o superintendente de relações com investidores Antônio Carlos Velez Braga, com destaque para a redução de consumo das empresas, o aumento da inadimplência, além da questão contábil, com desvalorização de investimento da Renova. Outro fator foi o redirecionamento da usina de São Simão em 2016 para o regime de cotas, gerando um resultado neutro da companhia. “A receita da usina agora é suficiente para cobrir a despesa operacional”, observa.
Ele ressalta que metade dos consumidores inadimplentes já negociaram o seus débitos com a Cemig. (JG)
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