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Lista de Fachin atinge em cheio cúpula e estrutura do governo Temer: Quase um terço dos ministros de Michel Temer passam a ser investigados pelas delações da Odebrecht na Operação Lava Jato.

Lista de Fachin atinge em cheio cúpula e estrutura do governo Temer

Todos os casos dos oito ministros que serão investigados relacionam-se ao recebimento direto de propina ou caixa dois repasses não contabilizados da Odebrecht. Acusações contra Eliseu e Moreira Franco recaem diretamente sobre Michel Temer. Ainda entram na mira a corrupção no governo paulista tucano com José Serra e Aloysio Nunes
Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil
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Jornal GGN – Quase um terço dos ministros de Michel Temer passam a ser investigados pelas delações da Odebrecht na Operação Lava Jato. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, autorizou a abertura dos inquéritos nesta terça-feira (11) e atingiu o núcleo duro do mandatário peemedebista.
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Dentro da cúpula, o PMDB é o partido com mais ministros investigados, entre eles os braços direitos de Temer, Eliseu Padilha (da Casa Civil) e Moreira Franco (da Secretaria-Geral da Presidência da República), além Helder Barbalho (Integração Nacional).
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O PSDB leva dois ministros para o banco de investigados: Aloysio Nunes (das Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades). Também passam a ser investigados os ministros Blairo Maggi (Agricultura), do PP, Marcos Pereira (Indústria e Comércio), do PRB, e Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia, e Comunicações), do PSD.
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O ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), também foi inicialmente alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o relator Edson Fachin pediu nova manifestação sobre a eventual extinção da punibilidade.
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Também entram outros dois nomes da equipe de Temer. Os ex-ministros Romero Jucá (PMDB), que ocupou o Planejamento e é uma das principais vozes do governo peemedebista, e José Serra (PSDB), que permaneceu no ministério de Relações Exteriores até a entrada de Aloysio. Somente Jucá acumula cinco inquéritos autorizados por Fachin.
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Todas as investigações tem como base as delações de 40 dos 78 executivos e ex-funcionários da Odebrecht. Como detêm foro privilegiado, os político serãop investigados a nível do Supremo Tribunal Federal.
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Os dois ministros que assumem o carro chefe do Planalto, Eliseu e Moreira Franco, são acusados por indícios que também colocam na parede o próprio mandatário. Ambos são investigados por cobrar propina para irrigar as campanhas eleitorais do PMDB, cometendo corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
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A PGR chegou a indicar as delações que narram a participação, inclusive, do próprio presidente Michel Temer em encontros para fechar os repasses. Moreira Franco teria recebido R$ 4 milhões da Odebrecht, em pagamentos repassados ao ministro Eliseu Padilha, após ter atuado em interesses da empreiteira nas concessões aeroportuárias. Moreira ocupava a pasta de Aviação Civil.
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Outros envolvimentos de Padilha já eram públicos, como o repasse de R$ 10 milhões prometidos pela empreiteira ao presidente Michel Temer para abastecer campanhas do partido de 2014. Apenas R$ 6 milhões teriam sido destinados a Paulo Skaf, e outros R$ 4 a Padilha para pleitos do PMDB.
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O político é apontado em planilhas da Odebrecht com o codinome “Primo”. Entre os casos de maior repercussão envolvendo o mandatário está a delação de Cláudio Melo Filho, do setor de Relações Institucionais, no qual:
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“Detalha um jantar com Marcelo Odebrecht, Eliseu Padilha e Michel Temer no dia 28 de maio de 2014, no Palácio do Jaburu, e no qual teria sido solicitado, a pretexto da campanha eleitoral de 2014, o repasse de R$ 10 milhões –R$ 6 milhões para Skaf e R$ 4 milhões para Padilha”, indica o despacho.
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O inquérito também traz o nome do “amigo de Temer”, o ex-assessor e amigo pessoal do presidente, José Yunes, ao referenciar que o pagamento a Padilha teria sido feito “ao Sr. Yunes ou Sra. Cida”.
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Padilha aparece, ainda, em outro inquérito por ter, ao lado do deputado Marco Maia (PT-RS), e o ex-ministro Paulo Bernardo, por supostamente receberem propina relacionada a um contrato da Petrobras de cerca de R$ 324 milhões. O agora ministro teria ficado com 1% do contrato, recebendo os pagamentos entre 2008 e 2009. Nesse episódio, Padilha era mencionado como “Bicuíra” nas planilhas.
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Serra e Aloysio
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O ex e atual ministro de Relações Exteriores, José Serra e Aloysio Nunes, ambos do PSDB, serão investigados por cinco práticas criminosas: corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de cartel.
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Trata-se das atuações de ambos junto ao governo do Estado de São Paulo. Enquanto Serra atuava no posto, em 2007, e Aloysio era chefe da Casa Civil, ambos atuaram para que a Odebrecht vencesse a concorrência para as obras do Rodoanel Sul, em São Paulo.
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Em troca, o assessor de Serra, Paulo Petro, então diretor da Dersa, a empresa que teria recebido os repasses, ganhou R$ 2,2 milhões dessa negociata. E Aloysio Nunes mais R$ 500 mil, segundo as investigações.
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Além dos dois tucanos, o ex-presidente do partido, Sérgio Guerra, teria recebido R$ 3 milhões para campanhas da sigla e de Serra à Presidência da República, por contas secretas mantidas no exterior. Ainda, Guerra teria autorizado o pagamento de R$ 23 milhões a indicados de Serra.
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Outros ministros
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Helder Barbalho, da Integração Nacional, foi mencionado em depoimentos de dois delatores, que narraram o pagamento de R$ 1,5 milhão de caixa dois à sua campanha ao governo do Pará, em 2014. Nas planilhas, era identificado como “Cavanhaque”. Será investigado por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro.
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O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, é apontado de receber R$ 7 milhões pela PRB para apoiar a chapa Dilma e Temer. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, teria recebido R$ 12 milhões para a campanha eleitoral ao governo do Mato Grosso, em 2006.
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Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações teria se beneficiado com vantagens indevidas em obras viárias de São Paulo, em 2008, apontado por corrupção ativa, passiva e lavagem.
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O ministro das Cidades, Bruno Araújo é citado por receber em forma de doações eleitorais valores que somam R$ 600 mil, nos anos de 2010 e 2012, não contabilizada e paga pelo Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, conhecida como o setor das propinas.
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Todos negam as irregularidades.

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