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Reforma Previdência: Governo quer aproveitar poder dos pastores evangélicos sobre a população para obter apoio; Agenda tem Valdemiro Santiago (Igreja Mundial), Samuel Ferreira (Assembleia de Deus), Silas Malafaia (Vitória em Cristo), Samuel Câmara (Assembleia de Deus)

Por Previdência, governo faz apelo a pastores e industriais

Temer se reuniu nessa segunda-feira (15) com Valdemiro Santiago e já agendou com Malafaia

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Temer pediu o apoio do pastor Valdemiro para convencer fiéis que a reforma e necessária
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PUBLICADO EM 16/01/18 – 03h00

BRASÍLIA. Para tentar arrefecer a pressão sobre a base aliada, o presidente Michel Temer montou uma agenda de encontros com pastores evangélicos para pedir apoio à reforma da Previdência. Os encontros estão sendo marcados pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e têm como objetivo diminuir a insatisfação das mudanças na aposentadoria nos redutos eleitorais dos parlamentares governistas. Ao todo, o Palácio do Planalto calcula que cerca de cem deputados aliados estão indecisos justamente pelo receio do impacto da reforma previdenciária sobre seus possíveis eleitores.
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A ofensiva teve início nessa segunda-feira (15), quando o presidente recebeu no gabinete presidencial o fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago. Na reunião, o presidente recebeu a bênção do religioso, explicou as mudanças na reforma previdenciária e pediu o apoio público dele às alterações nas aposentadorias. Para as próximas duas semanas, serão convidados para reuniões reservadas com o presidente os pastores Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus Brás, Silas Malafaia, do Ministério Vitória em Cristo, e Samuel Câmara, da Assembleia de Deus em Belém.
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O foco nos líderes evangélicos deve-se à capilaridade das denominações neopentecostais sobre a população de baixa renda, que, segundo análise interna do governo, concentra a maior parte da resistência às mudanças na aposentadoria. Além de disso, boa parte dos líderes evangélicos já declararam apoio à reforma previdenciária, o que facilita uma abordagem pessoal do presidente.
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O Palácio do Planalto também tem tentado uma ofensiva sobre padres católicos, mas tem enfrentado dificuldades. No ano passado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou contrária ás mudanças. Além dos pastores evangélicos, o presidente fará uma ofensiva nesta semana em programas de televisão. Ele dará entrevistas aos apresentadores Carlos Massa e Silvio Santos, do SBT, e Amaury Júnior, da Bandeirantes.
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Mais votos. Escalado para fazer a defesa da reforma, Carlos Marun terá nesta terça-feira (16), em São Paulo, um almoço com a direção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na quinta-feira, 18, Marun repetirá o modelo de reunião com representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ele almoçou nessa segunda-feira (15) com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para afinar o discurso e as ações do governo pela reforma. Sem revelar números, Marun disse que adesão de parlamentares está aumentando e que o governo tem hoje uma situação de votos mais favorável.