Lava Jato agora dá aviso prévio: Lula pode ser preso em “30 ou 60 dias”
Jornal GGN – A Lava Jato, por meio do coordenador da equipe da Polícia Federal na operação, Igor Romário, decidiu desdizer a entrevista do delegado Maurício Moscardi Grillo à Veja, afirmando que o “timing” para prender o ex-presidente Lula já passou. Segundo Romário, o “timing” pode ser criado “daqui a pouco”, em “30 ou 60 dias”, a depender da conclusão de dois inquéritos sobre o sítio de Atibaia e as palestras da empresa LILS.
Com sua fala ao UOL, o delegado Romário inaugura o aviso prévio para pedidos de prisão na Lava Jato, reforçando o argumento daqueles que enxergam que o objetivo das investigações não é outro se não o de criar um motivo para prender e condenar o ex-presidente. A declaração pode gerar ainda mais pressão sobre as decisões que o Judiciário tomam em relação a Lula.
Na mesma entrevista, Romário reconheceu que até aqui nunca houve razões objetivas para prender Lula. “Lá atrás, na fase 24 da Lava Jato, quando houve a representação do Ministério Público [pela condução coercitiva de Lula, em março], não existiam os requisitos para um pedido de prisão do ex-presidente. Não acho que a gente perdeu o timing. Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla”, comentou.
“O timing pode ser daqui a pouco. Não vejo nem perda de tempo nem condescendência com o fato de se tratar um ex-presidente. O próprio juiz Sergio Moro já mostrou que ele não leva isso em consideração quando toma suas decisões. Esse timing pode ser mais para frente, pode não ser aqui, pode aparecer nas investigações que acontecem em Brasília”, acrescentou.
Segundo Romário, dois inquéritos da Polícia Federal estão perto da conclusão, o que pode criar a atmosfera ideal para um pedido de prisão. “Um deles falta um laudo pericial para que seja finalizado. E em outro, um detalhe de ordem técnica. Os dois estão sob a incumbência do delegado Márcio Anselmo [integrante da equipe coordenada por Igor Romário]. Eu imagino que, no máximo, em 30 dias esses inquéritos estarão concluídos.”
Marcio Anselmo é um delegado da Lava Jato processado por Lula após ter emitido um parecer dizendo que o ex-presidente está na lista de pagamentos de propina da Odebrecht, sendo que essa investigação sequer corre em suas mãos.
Romário ainda aproveitou a entrevista ao UOL para dizer que Lula disse um “absurdo” ao apontar “convicção” de que a Lava Jato tem dedo estrangeiro. “Dizer que há interesses internacionais é absurdo, não há nenhum fundamento. Dizer que a Lava Jato prejudica a economia brasileira é você botar a culpa na pessoa que encontrou o corpo em uma cena de homicídio. Há um desgaste para o país, claro, mas talvez ao final disso tudo o resultado seja muito mais positivo ao estancar a sangria da corrupção.”
Delegado diz que Lula pode ser preso em 60 dias
“Os requisitos para uma prisão preventiva são bastante objetivos. Lá atrás, na fase 24 da Lava Jato, quando houve a representação do Ministério Público pela condução coercitiva de Lula, em março, não existiam os requisitos para um pedido de prisão do ex-presidente. Não acho que a gente perdeu o timing. Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla”, disse o delegado Igor Romário de Paula, que atua na Lava Jato; “O timing pode ser daqui a pouco. Não vejo nem perda de tempo nem condescendência com o fato de se tratar um ex-presidente. O próprio juiz Sergio Moro já mostrou que ele não leva isso em consideração quando toma suas decisões”, reforçou; Igor Romário de Paula já foi criticado pela defesa de Lula por ter feito campanha pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), também delatado na Lava Jato, nas redes sociais
Paraná 247 – Em entrevista aos jornalistas Leandro Prazeres, Vinicius Konchinski e Flávio Costa, o delegado Igor Romário de Paula, que atua na Lava Jato, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser preso em até 60 dias.
“É complicado falar em perder timing. Os requisitos para uma prisão preventiva são bastante objetivos. Lá atrás, na fase 24 da Lava Jato, quando houve a representação do Ministério Público [pela condução coercitiva de Lula, em março], não existiam os requisitos para um pedido de prisão do ex-presidente. Não acho que a gente perdeu o timing. Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla”, disse ele, ao comentar a posição do delegado Maurício Moscardi, que disse que a PF “perdeu o timing” para a prisão.
“Não. O timing pode ser daqui a pouco. Não vejo nem perda de tempo nem condescendência com o fato de se tratar um ex-presidente. O próprio juiz Sergio Moro já mostrou que ele não leva isso em consideração quando toma suas decisões. Esse timing pode ser mais para frente, pode não ser aqui, pode aparecer nas investigações que acontecem em Brasília.”
Igor Romário de Paula já foi criticado pela defesa de Lula por ter feito campanha pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), também delatado na Lava Jato, nas redes sociais.
Brito: PF faz tortura emocional com Lula
Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedica à esposa Marisa Letícia, que está em coma induzido após um AVC, o delegado Igor Romário de Paula, da Polícia Federal, o tortura emocionalmente, anunciando sua prisão, segundo avalia o jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço; “Com Lula, ou com qualquer outro dos que investigam (ou que não investigam, como Aécio Neves) isso é vergonhoso, indigno, desumano e ilegal”, diz Brito; “Um homem que age assim é pior, muito pior, do que as duas ou três sociopatas que foram fazer provocações à porta do Hospital Sírio Libanês. Porque é o Estado quem lhe confiou uma missão, de agir com isenção e prudência. Em uma palavra, todos nós lhe confiamos um poder, que não pode ser exercido para a crueldade e a morbidez”
Por Fernando Brito, do Tijolaço – Depois do delegado Mauricio Moscardi ter protagonizado, nas páginas amarelas da Veja, um espetáculo de falta de decoro policial, alguns dias atrás, que o repórter Marcelo Auler demoliu até virar poeira, outro delegado da lava jato, Igor Romário de Paula, sobe ao picadeiro para rugir sua ferocidade.
Moscardi faz uma confissão prática de que prender Lula não era uma questão de lei, mas de timming político-policial, dentro daquela já famosa linha do “não tínhamos provas, mas temos as convicções”.
Já Igor diz que não se perdeu o timming, e que a prisão de Lula pode acontecer em “30 ou 60 dias”.
Como prisão sem julgamento no Brasil só existe em caso de ocultação de provas, tentativas de obstruir investigações por expedientes ilegais ou manifesto risco à sociedade, o delegado Igor mostra – como se ainda fosse preciso – que não se trata de um expediente legal, mas da legalização da obsessão lavajatiana de prender o ex-presidente, por algum e qualquer motivo.
Num país minimamente cioso da isenção de seu sistema policial-judicial, toda esta turma já teria sido afastada, há muito tempo, por transformar o seu poder em perseguição política e na realização de seus desejos pessoais.
Agora, porém, a atitude do delegado, que já é absurda em qualquer tempo, assume ares de um tortura emocional contra alguém que está aos pés de um leito de UTI, com a companheira de décadas entre a vida e a morte, depois de um gravíssimo acidente vascular cerebral.
Um homem que age assim é pior, muito pior, do que as duas ou três sociopatas que foram fazer provocações à porta do Hospital Sírio Libanês. Porque é o Estado quem lhe confiou uma missão, de agir com isenção e prudência. Em uma palavra, todos nós lhe confiamos um poder, que não pode ser exercido para a crueldade e a morbidez.
Com Lula, ou com qualquer outro dos que investigam (ou que não investigam, como Aécio Neves) isso é vergonhoso, indigno, desumano e ilegal.
Mas é, sobretudo, revelador da desumanidade, do caráter cruel e insensível de um cidadão que, em lugar de cumprir suas obrigações funcionais, vai à mídia agredir as pessoas em situação de fragilidade.
O Doutor Igor não consegue nem ser um Javert e atirar-se ao Sena, num único gesto de humanidade.
Atira-se à lama, quando se presta ao papel de promover-se no momento de um drama pessoal.
Lula: delegado Igor feriu código de ética da PF e será processado
“A declaração do delegado Igor de Paula caracteriza coerção moral ao ex-Presidente e ataque à sua imagem pública. É inadmissível que um agente do estado se pronuncie sobre investigação ainda em curso, sob sua responsabilidade, com o claro objetivo de constranger um cidadão, em desrespeito ao direito de defesa e ao devido processo legal”, diz nota do ex-presidente Lula, assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins; ele lembra ainda que “agentes públicos que se valem do cargo para promover atos lesivos à honra de Lula ou de qualquer cidadão cometem abuso de autoridade, na forma do artigo 4o., alínea “h”, da Lei no. 4.898/65″; em entrevista publicada nesta sexta-feira, o delegado afirmou que Lula pode vir a ser preso em até 60 dias; desde a semana passada, Lula acompanha o tratamento e sua esposa Marisa Letícia, que sofreu um AVC e está em coma induzido
247 – Em nota divulgada nesta tarde, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota sobre a entrevista do delegado Igor Romário de Paula, da Lava Jato, em que ele afirma que Lula por vir a ser preso em 60 dias.
Leia abaixo:
Sobre a entrevista concedida pelo Delegado Igor Romário de Paula ao portal UOL (27/01/2017), fazemos os seguintes registros, como advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
1- A divulgação pela imprensa de fatos ocorridos na repartição configura transgressão disciplinar segundo a lei que disciplina o regime jurídico dos policiais da União (Lei no. 4.878/65, art. 43, II). Além disso, a forma como o Delegado Federal Igor Romário de Paula se dirige ao ex-Presidente Lula é incompatível com o Código de Ética aprovado pela Polícia Federal (Resolução no. 004-SCP/DPF, de 26/03/2015, art. 6o, II) e com a proteção à honra, à imagem e à reputação dos cidadãos em geral assegurada pela Constituição Federal e pela legislação infraconstitucional e, por isso, será objeto das providências jurídicas adequadas;
2- Ao renovar uma abordagem sobre hipotética privação da liberdade do ex-Presidente sob o enfoque de “timing” ou sentido de oportunidade, o Delegado Federal Igor Rodrigo de Paula deixa escancarada a natureza eminentemente política da operação no que diz respeito a Lula. Há pré-julgamento, parcialidade, vazamentos e comportamentos que violam a ética e a conduta profissional por parte de diversas autoridades envolvidas nas investigações e processos referentes ao ex-presidente. É o “lawfare”, como uso da lei e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política, exposto reiteradamente pela defesa de Lula, que fica cada vez mais claro a cada pronunciamento de agentes públicos que participam da Operação Lava Jato;
3- Agentes públicos que se valem do cargo para promover atos lesivos à honra de Lula ou de qualquer cidadão cometem abuso de autoridade, na forma do artigo 4o., alínea “h”, da Lei no. 4.898/65. Por isso, o conteúdo da entrevista concedida pelo Delegado Federal Igor Romário de Paula deve ser investigada e punida, se constatada ocorrência do ilícito, independentemente de “timing”. Ninguém está acima da lei, quanto mais as autoridades encarregadas de garantir o seu cumprimento;
4- A declaração do delegado Igor de Paula caracteriza coerção moral ao ex-Presidente e ataque à sua imagem pública. É inadmissível que um agente do estado se pronuncie sobre investigação ainda em curso, sob sua responsabilidade, com o claro objetivo de constranger um cidadão, em desrespeito ao direito de defesa e ao devido processo legal.
O fato presente é mais uma evidência de que alguns integrantes e mesmo coordenadores da Operação Lava Jato desviaram-se do objetivo da investigação, para atuar na perseguição ao ex-presidente, mesmo sem existir evidências de delitos ou provas de qualquer tipo contra Lula.
Cristiano
Leave a Reply