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Grampo telefônico: Juiz Bretas “encobria as coisas” do governador do Rio, Witzel, mas agora quer prender o governador

Grampo: Bretas “encobria as coisas” do Witzel, mas agora quer prender o governador

Escuta da Lava Jato registra conversa sobre Bretas querer quebrar o esquema do empresário Mário Peixoto no governo Witzel

Jornal GGN – O juiz Marcelo Bretas supostamente “encobria as coisas” corruptas que ocorrem na administração de Wilson Witzel. Mas, cooptado por Jair Bolsonaro – ou melhor, seduzido por uma vaga na Suprema Corte – agora quer desmontar o esquema em torno do governador que virou adversário dos Bolsonaro. É isso o que registra um grampo da operação Favorito, da Lava Jato do Rio de Janeiro.

A conversa sobre Bretas e Witzel, captada pelos investigadores e divulgada na terça (21) pelo G1, ocorreu entre Luiz Roberto Martins, operador financeiro do empresário Mário Peixoto (o “favorito” que batiza a operação) e Elcy Antonio dos Santos Silva, ex-diretor da Organização Social IDR.

No grampo, Luiz disparou: “O nosso Governador, o WW, ele tinha um parceiro que estava encobrindo as coisas dele, que é um ‘tripolar’, que é o nosso juiz, o Bretas. E de repente o Bolsonaro cooptou o Bretas. (…) E hoje, e hoje a ideia do Bretas é colocar o Witzel na cadeia.”

Na mesma conversa, Luiz disse que seu “amigo”, o Peixoto, “está em maus lençóis” porque “o Bretas não consegue pegar o WW, mas está querendo pegar um [dos] dois. Ou o amigo, o MP [Mario Peixoto] ou Pastor.” Para o G1, o pastor na mira de Bretas pode ser Marcelo Crivella. Mas quem tem relação com os personagens dessa trama é o Pastor Everaldo.

Ainda de acordo com Luiz, Peixoto, preso pela Lava Jato, “botou uma tropa de choque pra trabalhar”, supostamente distribuindo propina para se livrar de acusações.

Peixoto, entre janeiro e fevereiro, conseguiu dois contratos “emergenciais” com o governo Witzel. “Um na CST Tecnologia, lá na FAETEC, de 35 milhões de reais na Átrio. E outro de 26 milhões no DETRAN”, segundo Luiz.

Peixoto e família são donos de uma série de empresas que prestam serviços para o governo do Rio de Janeiro e algumas prefeituras desde os governos Cabral e Pezão.

Mesmo investigado na Lava Jato, Peixoto conseguiu destravar embargos impostos a suas empresas para atuar na gestão Witzel. Há escutas indicando que o próprio governador teria conversado com Peixoto sobre a retomada das contratações.

Witzel conhece Peixoto ao menos desde a eleição de 2018. Seu sócio, o advogado Lucas Tristão, é representante da empresa Atrio Rio, que está em nome de um dos filhos de Peixoto. Witzel transformou Lucas Tristão em secretário de Desenvolvimento. Ele foi flagrado almoçando com Peixoto durante a quarentena contra coronavírus.

O Ministério Público Federal desconfia que houve favorecimento a empresas ligadas a Peixoto durante a contratação de obras e serviços emergenciais por conta da pandemia.

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