Política

Moraes prometeu salvar políticos durante noitada em barco brasiliense

247 – O ministro da Justiça licenciado, Alexandre de Moraes, indicado de Michel Temer ao Supremo Tribunal Federal, participou de um jantar-festa na última terça-feira, 7, no barco de luxo do senador Wilder Morais (PP-GO), ancorado no Lago Sul do Paranoá, em Brasília.

Além do senador pepista, recepcionaram o eventual sucessor de Teori Zavascki no jantar os senadores Benedito de Lira (PP-AL), Cidinho Santos (PR-MT), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ivo Cassol (PR-RO), José Medeiros (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Zezé Perrella (PMDB-MG).

Segundo o jornalista Luís Costa Pinto, no Poder360, durante o rega-bofe, o senador alagoano Benedito de Lira quis saber se, uma vez ministro do Supremo, Alexandre de Moraes iria esnobar parlamentares como outros já fazem na Corte, recebendo-os protocolarmente no Salão Branco, ou se daria a detentores de foro privilegiado a atenção que uma audiência reservada mereceria.

“A curiosidade de Benedito de Lira foi satisfeita com uma resposta que o agradou. Houve alívio a bordo. Em menos de duas semanas os passageiros daquela noitada do “Love Boat” sentarão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para sabatinar Alexandre de Moraes. É o que reza a Constituição. Não estarão mais presentes nem as massas, nem os vinhos nem os figos secos servidos. Caso sobreviva à sabatina como sobreviveu lépido e faceiro ao jantar, Moraes deverá ter o nome aprovado para ocupar a vaga de Zavascki no Supremo Tribunal Federal”, diz o jornalista.

Se a sabatina a Alexandre de Moraes fosse um evento sério, e não um ato pro-forme, diz Costa Pinto, o indicado de Temer deveria ser instado a responder algumas das seguintes questões: “sobre a acusação de plágio que lhe recai. Ou de falar como ampliou o patrimônio imobiliário em tão pouco tempo. Ou por que é acusado de ter advogado para empresas usadas pelo PCC, o Primeiro Comando da Capital. Ou, ainda, sobre como está o estado de seu relacionamento com o antigo cliente Eduardo Cunha.

(…) Deverá responder ainda Moraes sobre seus conceitos de sociedade moderna, a forma como vê avanços do debate em torno da descriminalização do uso de drogas e a repercussão disso no combate a crimes. Por fim, precisará falar como poderia ter ajudado –e não o fez– na repressão à explosão de violência desse começo de ano no Rio Grande do Norte, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro”.

Leia o texto de Luís Costa Pinto na íntegra.

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