Corrupção ocorria desde 86 pelo PMDB, mas Lava Jato restringe últimos 10 anos
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Jornal GGN – Na mira da 38ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (23), há a suspeita de que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) angariou aproximadamente US$ 40 milhões, durante 10 anos, para alimentar as campanhas de seus correligionários.
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A investigação levantou dados de que o esquema se mantém desde 1980, por meio dos “grandes operadores”, Jorge e Bruno Luz, que intermediavam os repasses dentro da Diretoria Internacional.
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Na tentativa de se chegar aos dados de que as propinas também seriam repassadas a políticos do Partido Progressista, na Diretoria de Abastecimento, e do Partido dos Trabalhadores, na de Serviços, os investigadores tentaram sacar o máximo de informações possíveis de delatores, como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e do ex-senador Delcídio do Amaral.
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Entretanto, o que encontraram é que Jorge e Bruno Luz, pai e filho que atuavam no esquema, formavam o que os investigadores denominaram de “operador dos operadores”, atuando de 1986 na Petrobras, durante o governo do peemedebista José Sarney.
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Com esses dois nomes, o que se conseguiu foi traçar a suspeita de que os principais beneficiários do esquema eram caciques do PMDB, como Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), José Sarney e Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia.
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Ainda, apesar de constatada a atuação dos operadores desde 1980, o procurador da República responsável por essa etapa da investigação admitiu que a restrição da Lava Jato foi nas atividades desses lobistas apenas nos últimos 10 anos.
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“São talvez os maiores operadores [de propinas] da área Internacional da Petrobras”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos, em entrevista coletiva. “Há informações de que [Jorge Luz] atua [intermediando propinas] desde a década de 1980. Isso demonstra como era sistêmica a corrupção na Petrobras. A Procuradoria Geral da República estima que Jorge e Bruno Luz operaram US$ 40 milhões em dez anos, pagos tanto a agentes públicos quanto para agentes políticos”, completou, sem explicar porque foram restringidos os ilícitos nos últimos 10 anos.
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Dentro da investigação, suspeita-se que a compra dos sondas Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, houve o repasse de US$ 5,5 milhões a Jader Barbalho e a Renan Calheiros, por ordem do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, e intermediados por Jorge Luz e pelo lobista Fernando Falcão. “Há pagamentos [operados pelos Luz] para agentes políticos com foro privilegiado, inclusive senadores do PMDB”, confirmou o procurador na coletiva.
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Segundo ele, a delação de 2014 do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, já demonstrava o envolvimento do lobista junto ao PMDB. “Costa explica que, para permanecer no cargo, foi obrigado a destinar propinas para o PMDB. Em seguida, fala que foi procurado pelo investigado [Jorge Luz], que se apresentou como representante do PMDB. Há dois contratos, de fornecimento de asfalto e aluguel de tancagem, com repasses [para propinas] oriundos da diretoria de Abastecimento”, narrou.
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