247 – Em artigo na edição deste fim de semana da revista Carta Capital, o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do instituto Vox Populi, desmonta a tese da oposição e da grande mídia de que o PT está morto.
“Há quem ache que o PT ‘está acabando’ e quem suponha que ‘já acabou’. São muito os que desprezam sua força atual, com base em leituras apressadas dos resultados das recentes eleições municipais. Alguns imaginam que o PT vai desaparecer no Congresso Nacional no curto prazo, em razão da ‘debandada de senadores e deputados’, que, na verdade, nunca aconteceu”, diz Coimbra.
“Existem diversas pesquisas e todas dizem a mesma coisa. Na última pesquisa CUT/Vox Populi em que o assunto foi tratado, em dezembro de 2016, 15% dos entrevistados, quando perguntados qual partido tinham simpatia ou se sentiam identificados, responderam que pelo Partido dos Trabalhadores. Em segundo lugar, apareceu o PSDB, com 5%, e em terceiro o PMDB, com 2% das respostas. A imensa maioria dos entrevistados, 74% do total, disse ‘nenhum’.
Como se vê, o PT, depois de passar anos sendo alvejado, permanece com cerca de 60% do total das identificações partidárias e tem o dobro da soma de seus concorrentes próximos. É possível olhar esses números e deduzir que o PT está em queda, por já ter tido um nível de identificações superior. Seria verdade, pois, no auge, em 2010, chegou a ultrapassar 30%, mas vai errar quem tirar muitas conclusões daí”, escreve.
Segundo Marco Coimbra, os 15% que o PT possui atualmente devem ser comparados ao tamanho do partido até 2002 e após 2012, antes e depois dos dez anos de “lulismo”.
“Os 15% que as pesquisas estimam significam uma coisa simples: que algo como 22 milhões de pessoas identificam-se com o partido. Que há milhões de petistas distribuídos em todas as faixas e regiões brasileiras, apesar da campanha arrasadora e cotidiana que o partido sofre. (…) Quer dizer que é tolo decretar o ‘fim do PT’ enquanto ele permanece como referência para tantas pessoas, em tantos lugares do Brasil. Elas têm o mais legítimo direito democrático de simpatizar com o partido em que acreditam”, diz Marcos Coimbra.
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