Estudo responsabiliza MBL por fake news sobre Marielle
Um estudo feito pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo liga o grupo de extrema-direita MBL (Movimento Brasil Livre) à disseminação de fake news difamatórias contra a vereadora Marielle Franco, assassinada na semana passada no Rio; estudo rastreou o caminho dos boatos e mostrou que sites e perfis ligados ao MBL tiveram participação direta por viralizar as notícias incorretas, como a que ligava a vereadora ao traficante Marcinho VP.
23 de Março de 2018 às 05:08
247 – O rastro da campanha difamatória nas redes sociais contra Marielle Franco, assassinada na semana passada, aponta que um site de opinião política ampliou de forma decisiva a repetição de falsas acusações contra a vereadora do PSOL. Dados colhidos pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e uma investigação feita pelo jornal O Globo traçaram o caminho das fake news de maior repercussão sobre o assunto.
No dia seguinte ao crime, boatos começaram a se espalhar em grupos de WhatsApp por meio de textos, áudios e memes. Por volta do meio-dia de sexta-feira, apareceram os primeiro tweets relacionando Marielle ao traficante Marcinho VP e à facção Comando Vermelho. Quatro horas mais tarde, o site Ceticismo Político publicou um texto que teve papel fundamental na disseminação das falsas acusações. O link foi divulgado no Facebook, e, pouco depois, o Movimento Brasil Livre (MBL) replicou a mensagem, ampliando ainda mais a repercussão.
Quatro horas depois, o MBL compartilha o link com a mesma frase usada por Ayan: “Isso é complicado. Bem complicado…”. O post é replicado por mais de 33 mil usuários antes de ser apagado.
— A publicação do Ceticismo Político foi a que teve a maior influência no debate — diz o pesquisador Fábio Malini, coordenador do Labic e autor do levantamento.
O Ceticismo Político é um site administrado por Luciano Henrique Ayan — não há fotos de Ayan nem referências a esse nome em bancos de dados públicos. O MBL afirma que não é responsável por administrar o perfil de Ayan e que não o conhece, mas interações nas redes sociais entre o grupo e o responsável pelo site evidenciam a proximidade. Quatro horas depois de o Ceticismo Político lançar a suspeita sobre Marielle, o MBL replicou a publicação no Facebook, com um comentário igual ao da publicação original: “Isso é complicado. Bem complicado…”. Antes de ser apagada, a publicação havia alcançado 33 mil compartilhamentos.
As informações são de reportagem de Gabriel Carriello e Marco Grillo em O Globo.
==============================
Investigação mostra que MBL impulsionou fake news contra Marielle
Foto: Agência Brasil
Jornal GGN – Uma investigação feita pelo Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostra que o MBL ajudou a impulsionar as notícias falsas contra a vereadora Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro na semana passada.
Segundo reportagem de O Globo desta sexta (23), dados colhidos pelo Laboratório e uma investigação feita pelo jornal “traçaram o caminho das fake news de maior repercussão sobre o assunto.” Tudo teria começado com o site Ceticismo Político, replicado pelo MBL.
“Até a noite desta quinta-feira, o link do Ceticismo Político havia sido compartilhado mais de 360 mil vezes no Facebook, ocupando o primeiro lugar entre as publicações que abordaram o boato da ligação da vereadora com o crime organizado — seja de maneira difamatória ou em tentativas de rebater a acusação.”
Segundo a matéria, há evidências de relação entre Luciano Henrique Ayan, autor do blog Ceticismo Político, e o MBL.
“O Ceticismo Político é um site administrado por Luciano Henrique Ayan — não há fotos de Ayan nem referências a esse nome em bancos de dados públicos. O MBL afirma que não é responsável por administrar o perfil de Ayan e que não o conhece, mas interações nas redes sociais entre o grupo e o responsável pelo site evidenciam a proximidade.”
Leia mais aqui.