Golpe coloca nas ruas mais 1,5 milhão de miseráveis
A pobreza extrema continua aumentando em forte aceleração no país; a Pnad divulgada ontem pelo IBGE mostrou que a quantidade de pessoas nessa condição passou de 13,34 milhões para alarmantes 14,83 milhões, com a ressalva de que esses dados já estão defasados, pois são do ano passado.
12 de Abril de 2018 às 07:20
247 – A pobreza extrema continua aumentando em forte aceleração no país. A Pnad divulgada ontem pelo IBGE mostrou que a quantidade de pessoas nessa condição passou de 13,34 milhões para alarmantes 14,83 milhões, com a ressalva de que esses dados já estão defasados, pois são do ano passado.
“Apesar da queda da inflação e do início de recuperação econômica, a pobreza extrema continuou crescendo no país. Levantamento feito a partir de microdados da Pnad Contínua, divulgada ontem pelo IBGE, mostra que o número de pessoas em situação de extrema pobreza no país passou de 13,34 milhões em 2016 para 14,83 milhões no ano passado. Assim, 1,49 milhão de brasileiros caíram na miséria em um ano.
Segundo Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, responsável pelo levantamento, a expectativa era que a retomada econômica – o PIB cresceu 1% – tivesse produzido números melhores no ano passado. Ele atribui a piora ao fechamento de postos com carteira assinada, que têm garantias trabalhistas e pisos salariais. No lugar desse emprego, o mercado de trabalho gerou ocupações informais, consideradas de baixa remuneração e ganho instável ao longo do tempo.”
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Crise diminuiu a renda do trabalhador brasileiro em 2017
Rendimento dos mais pobres caiu de R$ 76 para R$ 47; mais ricos perderam R$ 827 por mês
BRASÍLIA. O brasileiro empobreceu em 2017. Segundo dados inéditos do IBGE, comparando a renda do ano passado com a de 2016, em média, a população perdeu R$ 12 no rendimento mensal, passando de R$ 2.124 para R$ 2.112, o que representa uma queda de 0,56%. Já o rendimento proveniente apenas do trabalho (sem contar outro tipo de renda, como vendas informais, aluguéis e benefícios previdenciários) caiu R$ 31 no mesmo período, de R$ 2.268 para R$ 2.237, uma redução de 1,36%. Já o rendimento médio mensal dos trabalhadores mais pobres caiu a R$ 47 em 2017, ante R$ 76 no ano anterior. Esse contingente soma cerca de 4,5 milhões de pessoas, ou 5% de todos os brasileiros que tiveram renda do trabalho no ano.
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A queda reflete a situação do mercado de trabalho no país, com o fechamento de vagas com carteira assinada. Também caiu a renda média dos trabalhadores que estão entre o 1% mais rico, que passou de R$ 28.040 para R$ 27.213. Os dados fazem parte da pesquisa “Rendimento de todas as fontes”, um extrato da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nessa quarta-feira (11). É a segunda vez que os dados são compilados pelo IBGE e, por isso, não há comparações de médio e longo prazo.
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A pesquisa verificou desigualdade de renda no país. Assim como no ano anterior, os 10% mais ricos concentraram em 2017 43% da massa de rendimentos do país, que somou R$ 263 bilhões. A diferença salarial entre o 1% mais rico e os 50% mais pobres foi de 36,1 vezes, estável em relação aos 36,3 vezes verificados em 2016. “Apesar da estabilidade, os dados mostram que o Brasil é um país de grandes desigualdades, na comparação com outros países, e de grandes desigualdades internas, se compararmos entre as regiões”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. A pesquisa detectou que, com a crise, aumentou a participação de outras fontes, além do trabalho, na renda dos brasileiros.
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A fatia referente a rendimentos obtidos com trabalhos caiu de 74,8% para 73,8%. Com relação a 2016, o número de brasileiros que receberam rendimentos de todos os trabalhos caiu 0,4%, de 87,095 milhões para 86,785 milhões. Já o número dos que têm outras fontes de renda cresceu 1,3%, de 49,314 milhões para 49,957 milhões.
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Nas outras regiões, segundo o IBGE, houve aumento do rendimento médio mensal, considerando todas as fontes de renda. A maior alta foi verificada no Centro-Oeste, beneficiado pelo desempenho da agroindústria, onde o rendimento mensal cresceu 3,7% em 2017, para R$ 2.512.
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Já o rendimento médio de outras fontes foi de R$ 1.382, alta de 2,3% com relação a 2016. Nesse caso, a alta foi verificada em todas as regiões. Entre as pessoas que declararam ter recebido outras fontes de renda, 14,1% citaram aposentadorias e pensões. Outras 2,4% disseram receber pensões alimentícias, doações ou mesadas, e 1,9%, aluguéis e arrendamentos.
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Segundo o IBGE, 7,5% dos entrevistados disseram receber outros rendimentos, como seguro-desemprego, programas de transferência de renda ou rendimentos de poupança, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior. Considerando a renda do trabalho com outras fontes, a renda mensal do grupo que compõe os 5% mais pobres foi de R$ 40, contra R$ 49 no ano anterior. Já entre os 5% mais ricos, foi de R$ 15.504.
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Benefício de 326 mil domicílios foi tirado
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O número de famílias que recebem rendimentos do programa Bolsa Família caiu em 2017. Ao todo, 9,5 milhões de domicílios receberam o benefício social em 2017, 326 mil a menos do que no ano anterior, segundo o IBGE. O programa é destinado às famílias que vivem em situação de pobreza extrema.
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Segundo o IBGE, todas as regiões do país tiveram redução no número de benefícios pagos. A queda mais acentuada foi no Nordeste, região que concentra o maior número de beneficiários. Ao todo, 131 mil domicílios nordestinos deixaram de contar com a verba extra.
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O Sul foi a segunda região onde houve a maior redução no total de benefícios pagos. Foram 77 mil a menos que no ano anterior. A redução no número de domicílios beneficiados pelo programa ocorreu em 21 dos 27 Estados. A maior redução ocorreu em Minas Gerais (63 mil a menos).
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Mulheres ganham menos
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No ano passado, o salário médio pago às mulheres foi apenas 77,5% do rendimento pago aos homens no Brasil. Enquanto eles receberam em média R$ 2.410, elas ganharam R$ 1.868. A porcentagem ficou levemente acima da registrada em 2016 (77,2%).
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Apesar de terem os rendimentos médios mais baixos do país, as regiões Norte e Nordeste registram a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres. No Norte, o salário médio da mulher correspondia a 87,9% do salário do homem.
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