247 – Várias semanas após o término da greve dos caminhoneiros que paralisou o país, a retomada do ritmo da economia ainda não voltou à normalidade. Para especialistas, os maiores entraves estão nas discussões em torno do tabelamento do preço do frete e da redução da confiança dos consumidores e empresários. A isso soma-se o fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre que aponta que o Brasil deverá crescer entre 1% e 2% neste ano, ficando abaixo das expectativas do mercado.
Um levantamento da Secretaria da Fazenda de São Paulo, obtido com exclusividade pelo jornal Valor Econômico, aponta que no Estado as vendas da indústria encolheram 13%, equivalente R$ 635,5 milhões, nas duas semanas que se seguiram ao fim da paralisação dos caminhoneiros.No varejo, ainda conforme o levantamento, a retração foi de 4,4%.
Ao mesmo tempo, a arrecadação estadual também foi reduzida com uma queda de R$ 80 milhões no Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) paulista. A paralisação fez com que os Estados do Espírito Santo e do Paraná adiassem a data para o recolhimento do ICMS em função da incompatibilidade gerada pela paralisação entre o caixa das empresas e as datas normalmente estabelecidas para os pagamentos.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destaca que o tempo médio informado para o retorno do ciclo normal de produção das empresas após o fim da greve foi de 19,76 dias e a queda no faturamento registrado durante os 11 dias de greve chegou a 54%.