Perícia comprova: verba da Odebrecht não foi para o sítio de Atibaia
Segundo laudo de uma perícia contratada pela defesa do ex-presidente Lula sobre o sistema de pagamentos de propina da Odebrecht e apresentada a Sérgio Moro nesta segunda-feira 16, R$ 700 mil registrados na contabilidade do setor de propinas da empreiteira, que segundo a acusação teriam bancado reformas na propriedade, na verdade não foram usados no sítio; perito aponta os possíveis destinatários; confira o laudo.
16 de Julho de 2018 às 20:23
247 – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a Sérgio Moro, na tarde desta segunda-feira (16), o laudo de uma perícia contratada pelos advogados sobre o sistema de pagamentos de propina da Odebrecht.
De acordo com a apresentação, os valores registrados na contabilidade do setor de propinas da empreiteira não têm relação com obras no sítio de Atibaia. Os R$ 700 mil são provenientes do Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como departamento de propinas da Odebrecht. No inquérito, Lula é acusado de ter recebido vantagens indevidas em obras em um sítio de Atibaia (SP) em troca de contratos com a Petrobras.
Confira aqui a íntegra do laudo.
De acordo com o laudo, o contador e auditor Cláudio Wagner analisou o sistema de contabilidade, MyWebDay B, e o de comunicação, Drousys, da Odebrecht. Também foi analisada a planilha disponibilizada pelo engenheiro e delator da empreiteira Emyr Diniz Costa Júnior, com a informação sobre a saída de R$ 700 mil do Projeto Aquapolo e que teria sido destinado para o sítio de Atibaia.
Segundo a conclusão do perito, no entanto, os valores não têm vínculo com a propriedade ou com o ex-presidente Lula. A perícia apontou que existem apenas registros de que o dinheiro saiu do Projeto Aquapolo, obras de saneamento do ABC Paulista, com destino ao próprio setor de propinas da empreiteira.
“Os registros comprovam que ele enviou valores ao departamento de operações estruturadas, todos sem nenhum vínculo com a obra de Atibaia discutida na presente ação penal e, ainda, sem a mínima vinculação desses valores com obras e/ou contratos da Petrobras”, diz o especialista.
Foi verificado, ainda, que a conta destinatária do valor desviado do Projeto Aquapolo teve como destino uma conta específica de Emílio Alves Odebrecht e as movimentações de transações específicas foram de interesses da família Odebrecht como fazendas, holdings e empresas offshores, que eram controladas por ele e por pessoas próximas.
“[…]Tudo administrado por pessoas próximas de Emílio que, conforme levantamento efetuados das iniciais contantes nos registros, podem ser Jicélia Sampaio, Marcia Gusmão, Raul Calil e Ruy Lemos Sampaio”, aponta o perito como possíveis destinatários. O perito observa que Ruy Lemos Sampaio, um dos administradores da conta, foi recentemente indicado para a Presidência do Conselho de Administração da Odebrecht.
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Desmontada a farsa sobre o sítio de Atibaia; processo é fake news
Com a perícia realizada no sistema de pagamentos de propina da Odebrecht e apresentada a Sérgio Moro nesta segunda-feira (16), cai por terra acusação de que a empreiteira teria destinado qualquer soma a Lula para a reforma de um sítio em Atibaia; todo o caso está fundamentado na acusação que agora se revela falsa; o documento é taxativo ao afirmar que “não foram encontrados no material examinado documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal”
17 de Julho de 2018 às 10:23
247 – Com a perícia realizada no sistema de pagamentos de propina da Odebrecht e apresentada a Sérgio Moro nesta segunda-feira (16), cai por terra a acusação de que a empreiteira teria destinado R$ 700 mil reais ao ex-presidente Lula para a reforma de um sítio em Atibaia. Todo o caso do Ministério Público contra Lula está fundamentado na acusação que agora se revela falsa. No laudo, o auditor e contador Cláudio Vagner foi taxativo ao afirmar que “não foram encontrados no material examinado documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal”.
O laudo do contador e auditor analisou o sistema de contabilidade, MyWebDay B, e o de comunicação, Drousys, da Odebrecht, além da planilha disponibilizada pelo engenheiro e delator da empreiteira Emyr Diniz Costa Júnior, que contém a informação sobre a saída de R$ 700 mil do Projeto Aquapolo e que teria sido destinado para o sítio de Atibaia. Não há nada que indique repasse direta ou indiretamente a Lula ou a supostas obras no sítio.
Cláudio Vagner respondeu diretamente uma pergunta formulada por Sérgio Moro e que fundamentou a perícia. Leia como está no laudo:
“Quesitos do juiz:
a) Solicita-se que seja verificado se o sistema de contabilidade informal do Grupo Odebrecht, na posse dos peritos da Polícia Federal, contém documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal, reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht em benefício do acusado Luiz Inácio Lula da Silva.
Em conformidade com a resposta dos Peritos Criminais Federais à esse quesito, ratifico que não foram encontrados no material examinado documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal.
Em complemento, informo que nas pesquisas efetuadas no material examinado além de não terem sido encontrados documentos ou lançamentos que façam referência a termos tais como Atibaia, Sítio e Santa Bárbara, também não há nenhuma referencia correlacionada ao Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os termos LULA e AMIGO.”
No laudo, Vagner constatou também que os valores registrados pelo sistema de caixa 2 da empreiteira não possuem qualquer relação ou vínculo com a propriedade ou com o ex-presidente e que existem apenas registros de que o dinheiro saiu do Projeto Aquapolo, obras de saneamento do ABC Paulista, com destino ao próprio setor de propinas da empreiteira:
“Os registros comprovam que ele enviou valores ao departamento de operações estruturadas, todos sem nenhum vínculo com a obra de Atibaia discutida na presente ação penal e, ainda, sem a mínima vinculação desses valores com obras e/ou contratos da Petrobras”.
Nas conclusões, o perito desmoralizou as acusações constantes no processo e apontou que a conta destinatária do valor desviado do Projeto Aquapolo teve como destino uma conta específica do próprio e Emílio Alves Odebrecht e que tinha como movimentações transações específicas de interesses da família Odebrecht como fazendas, holdings e empresas offshores, todas controladas por ele e por pessoas próximas:
“Tudo administrado por pessoas próximas de Emílio que, conforme levantamento efetuados das iniciais contantes nos registros, podem ser Jicélia Sampaio, Marcia Gusmão, Raul Calil e Ruy Lemos Sampaio”. O perito indicou ainda que Ruy Lemos Sampaio, um dos administradores da conta, foi nomeado em 1 de junho último como presidente do Conselho de Administração da Odebrecht, fato ignorado em todo o processo.
Leia a seguir a íntegra do laudo: