247 – A continuidade da crise econômica resultante do golpe parlamentar de 2016 deverá fazer com o Brasil feche o ano de 2018 com o maior número de empresas em recuperação judicial e o maior número de falências registrados nos últimos dez anos. A estimativa de consultorias especializadas é que 948 empresas decretem falência ao término deste exercício.
Levantamento feito pela Serasa Experian aponta que no primeiro semestre o número de empresas em recuperação judicial subiu 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram 753 pedidos contra os 685 registrados no acumulado de janeiro a junho de 2017. No semestre, ainda conforme a Serasa Experian, as falências requeridas no país alcançaram 686 pedidos.
Além da recessão e do baixo consumo das famílias resultantes das políticas recessivas do governo Michel Temer, a alta do dólar também é um fator que contribui para o crescimento do número de falências e de recuperações judiciais. “A retomada da economia é desigual, e alguns indicadores pioraram, como o dólar. Isso pode agravar a situação de algumas empresas”, disse Luis Fernando Guerrero, sócio da área de conflitos do Lobo de Rizzo Advogados, ao jornal O Globo.
Nesta linha, até mesmo companhias consideradas médias e grandes têm sido afetadas. O total destas empresas que decretaram falência chega a 34% do total de pedidos registrados neste ano, o maior número desde que a série histórica segmentada por porte começou a ser contabilizada.
Uma outra empresa de consultoria, a Corporate Consulting, estima que até o final de 2018, 1.282 empresas devem ingressar com pedidos de recuperação judicial, contra 1.195 em 2017
Neste ano, empresas como a fabricante de cosméticos Contém 1g, a produtora de refrigerantes Dolly e o aeroporto de Viracopos, a fabricante de geradores Stemac, ingressaram com pedidos de recuperação judicial. Outras empresas, como a rede de livrarias Laselva e unidades do Grupo Schahin, não conseguiram reestruturar suas dívidas e decretaram falência.