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Cemig vai investir R$ 1 bilhão para concluir obras atrasadas

Novo presidente promete acabar com todos os atrasos até o primeiro semestre de 2018

Atraso. Eduardo está construindo, mas com atrasos na instalação de postes de rua, teve que recorrer a um gerador de energia próprio

A Cemig fechou o ano de 2016 com 22.200 obras em atraso, sendo 17.500 na zona rural e 4.700 no perímetro urbano. As informações são do diretor de distribuição e comercialização da empresa, Luís Fernando Paroli Santos. “A Cemig estaria universalizada em 2014, mas se verificou que tinha 30 mil obras rurais e 9.000 urbanas em atraso. Fizemos um plano de recuperação com a Aneel no sentido de recuperar essas obras. Hoje, o número é de 17.500 obras (rurais) em atraso, não necessariamente as mesmas”, diz o diretor. Segundo Paroli, as 39.000 obras em atraso foram herança da gestão anterior do Estado.

Neste ano, segundo o presidente da Cemig, Bernardo Salomão, em entrevista exclusiva para O TEMPO, a empresa vai investir R$ 1 bilhão para acabar com o déficit das 4.700 obras urbanas e deixar apenas 5.000 rurais pendentes. No ano passado, a empresa investiu R$ 800 milhões, envolvendo essas obras, sendo que R$ 350 milhões no meio rural, e restante em obras urbanas, manutenção de rede e investimentos como redes, linhas e subestações novas. Esse valor representa 32% do lucro da empresa em 2015, que foi de R$ 2,5 bilhões. “Temos que botar essas obras em dia, é uma questão real e temos que trabalhar pra resolver. Deixar o sistema robusto”, disse Salomão.

Dificuldades. A falta dessas obras, além de atrasar o processo de cobertura completa de energia no Estado, causa a diminuição da qualidade do serviço prestado ao cliente, gerando prejuízos tanto no campo como na cidade. O produtor de queijo José Nestor Checlr, que tem uma propriedade em Pedra Preta, região rural de Três Corações, relata que chegou a perder 10 quilos de queijo diariamente quando ficou quatro dias sem energia elétrica em outubro do ano passado. “O meu caso não é isolado, muitos produtores relatam perda de produção de leite na região”, conta José Nestor, que é gerente do Sindicato dos Produtores Rurais de Três Corações e São Bento Abade. No Sul do Estado, foram registrados em 2015 e 2016, 66 boletins de ocorrência por demora no religamento ou queda de energia elétrica, cuja rede é responsabilidade da Cemig, segundo a Polícia Militar (PMMG).

As áreas urbanas também sofrem com a demora da Cemig. No Vale do Sol, bairro de Nova Lima, os novos moradores de uma parte da avenida Mercúrio esperam há pelo menos dois anos a ligação de energia por parte da Cemig, sendo que há um poste com luz há cerca de 200 metros. “Entrei em contato com a Cemig no início de 2016, quando comecei minha obra e eles ainda não fizeram a ligação. Minha obra deve acabar em sete meses e imagino que ainda não terá energia”, relata o arquiteto Eduardo Miranda Ferreira, 43. Ele optou por alugar um gerador e gasta mensalmente R$ 500 entre aluguel e combustível. A falta de iluminação pública preocupa o vizinho de Eduardo, o empresário Juliano Meneses Soares, 33. “Na época da minha obra, sofreu três arrombamentos”, conta.

Ocorrências

Boletins de Ocorrência contra a Cemig em 2015 e 2016, no Sul do Estado:

Cambuquira: 2
Campanha: 7
Conceição do Rio Verde: 10
Jesuânia: 2
Lambari: 7
Olímpio Noronha: 1
São Bento Abade: 4
São Tomé das Letras: 7
Três Corações: 26
Total: 66

Fonte: PMMG

Andrade Gutierrez

Saída de acionista não preocupa

O presidente da Cemig, Bernardo Salomão, não confirmou a venda de ações da Andrade Gutierrez para o banco Clássico, mas vê com tranquilidade a possível transação, que implicaria na aquisição de 20% das ações ordinárias da sócia. Conforme adiantou com exclusividade matéria de O TEMPO, a empreiteira, para se capitalizar, negocia a venda com a instituição financeira. “O banco Clássico já é um grande acionista. Hoje, é o terceiro maior. Será muito bem-vindo, pois a experiência que a gente tem com o banco é muito boa”, afirmou.

“O banco Clássico já tem uma cadeira no conselho de administração”, lembrou o diretor de distribuição e comercialização da empresa, Luís Fernando Paroli Santos. Ele se referiu a José Pais Rangel, que é membro do conselho da Cemig como representante dos acionistas minoritários.

O presidente comentou ainda a relação da estatal com a empreiteira. “Não temos nada a questionar”, disse. “Com o banco, a relação também é boa”, completou Paroli.

FOTO: Leo Fontes
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Juliano ainda aguarda pelo pedido de extensão de rede da Cemig, que precisa instalar postes na rua

 

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