Avião de acidente de Campos revela esquema milionário com governo de Pernambuco
ter, 31/01/2017 – 16:57
Atualizado em 31/01/2017 – 17:06
Jornal GGN – Investigações da Operação Vórtex, deflagrada hoje (31) pela Polícia Federal, revelaram que uma das empresas proprietárias do avião Cessna Citation, que transportava o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), recebeu R$ 75 milhões durante a gestão de Campos no Estado (2010-2014).
A empresa é a construtora Lidermac, do segmento de equipamentos e construção. Seguiu obtendo contratos com o governo de Pernambuco inclusive após a morte do ex-governador, até 2016.
O desmembramento da Operação Turbulência, que investiga a propriedade do avião que transportava o então candidato à Presidência da República e que caiu em agosto de 2014, deixando sete pessoas mortas, entre elas o ex-governador, também revelou que um dos proprietários da empresa tinha como sócio Rodrigo Leicht Leão, genro do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio.
Além de Leicht, também foram levados coercitivamente para depor os outros três sócios da empresa que conseguiu, até 2016, um montante de R$ 87 milhões com o governo de Pernambuco.
A mesma empresa, Lidermac, doou R$ 3,8 milhões em 2014 a campanhas eleitorais, segundo informações da Polícia Federal. O Diretório Nacional do PSB, partido de Campos, recebeu R$ 500 mil, segundo registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A propriedade da aeronave foi questionada após os investigadores verificarem que a Lidermac transferiu R$ 159,9 mil para a empresa Câmara e Vasconcelos. Dois depois, essa empresa adquiriu a aeronave por R$ 1,7 milhão.
A Operação Turbulência já tinha encontrado indícios de que a Câmara e Vasconcelos foi uma das empresas que lavou R$ 600 milhões em esquema para abastecer as campanhas de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco, em 2010, e inclusive de Marina Silva à presidência pelo PSB, após a morte do ex-governador.
Além de Campos, os delegados da PF não mencionaram quais foram os outros políticos e partidos que receberam doações da Lidermac, mas mencionaram que foram deputados federais, estaduais e diretórios de partidos políticos.
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