Política

O estado do Espírito Santo é o laboratório piloto para testes das políticas de desmonte do estado, capitaneada pelo governo Temer. Começou uma batalha.

Xadrez de Paulo Hartung, o projeto piloto de Temer

Peça 1 – o fator Espírito Santo

Trava-se no Espírito Santo a primeira grande batalha de desmonte do estado brasileiro. O governador Paulo Hartung é o candidato ao teste piloto.

A crise fiscal do Estado não é de sua responsabilidade, mas da política econômica que começou com o pacote Joaquim Levy e foi agravada pelo boicote pré-impeachment e pela política econômica de Michel Temer, uma política suicida que não tem como objetivo a superação da crise, mas o uso da crise para o desmonte do Estado.

Posto ante o dilema da crise fiscal, a fórmula Hartung segue apenas o mainstream do Congresso, mídia e governo Temer. Foi incensado como exemplo do governante responsável poucos dias antes de consumado o desastre. Sua estratégia consistiu em:

·      Precarização dos serviços públicos e dos direitos sociais;

·      políticas de incentivos à atração de empresas sem avaliação custo-benefício.

·      nenhum diálogo com os setores afetados e despreocupação em amenizar os efeitos dos desmanches.

Hartung tornou-se um projeto piloto, um Michel Temer de laboratório. Se for derrotado pela PM o movimento se alastrará por todo o país. A rebelião da Polícia Militar é apenas o ensaio perigoso — porque em uma corporação armada – das reações do funcionalismo público.

Por outro lado, é um governante autoritário, pouco propenso ao diálogo e com um histórico de truculência que chegou ao ponto de, na primeira gestão, adquirir um equipamento Guardião para grampear telefones de um jornal local, buscando identificar informações delicadas contra ele.

Por isso, a saída previsível é a do confronto total, tentar impor uma rendição incondicional à PM, uma irresponsabilidade mesmo em caso de vitória: será deixar a segurança do estado a mercê de uma corporação humilhada e exposta a contatos com organizações criminosas.

O usual seria a Presidência decretar intervenção federal. Mas Temer evitará devido ao artigo 60 da Constituição Federal

Art. 60. (…)

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Ou seja, intervindo no Espírito Santo, teriam que ser interrompidas todas as votações de emendas constitucionais.

Criou-se, então, uma gambiarra, com as Forças Armadas assumindo provisoriamente a segurança do Estado sabe-se lá até quando, um quadro complexo que as joga no epicentro político do país.

Por outro lado, Hartung monta um jogo de cena com uma proposta fake de acordo, cuja intenção foi rapidamente captada pela PM: dividir a corporação, fazê-la voltar às ruas, mas mantendo a denúncia contra 700 PMs e, depois de vencida a etapa, inquéritos contra os revoltosos. Ou seja, criminalização de qualquer reação contra o desmanche.

Peça 2 – o padrão de gestão Hartung-Temer

Não se cometa a injustiça de comparar o nível de Paulo Hartung com o de Temer. Este representa o pensamento do baixo clero, uma espécie de chefe do bas-fond.

Já Hartung pertence a uma geração que, nos anos 90, representou um avanço relativo na gestão pública, com a compreensão da importância da criação do ambiente econômico para a atração de empresas e a adoção de algumas ferramentas novas para a gestão pública.

Mas não avançou além disso.

Aliás, esta é uma das facetas da maldição do subdesenvolvimento. O sujeito consegue um upgrade mínimo sobre o momento anterior, e estratifica, apega-se a slogans, a simplificações ideológicas, a desenhos de país estático a manuais de empresas privadas, trocando o trabalho político pelo padrão sargentão de repartição.

Hartung não conseguiu compreender as diferenças entre gestor público e privado, nem soube utilizar adequadamente as ferramentas de análise de investimentos para o objetivo final da gestão pública: a melhoria das condições de vida e de elevação do IDH do estado.

Enquanto arrochava o salário dos servidores, montou uma agressiva política de subsídios visando atrair empresas para o Estado, mas com base em análises frágeis da relação custo-benefício.

Para um gestor público responsável, o princípio básico a nortear uma política de subsídios responsável deveria ser:

1.     Se a empresa não se instalar no Estado, não haverá tributos a serem recolhidos. Por isso mesmo, é indevido o exercício de considerar como perda o tributo que deixou de ser pago na fase de incentivo.

2.     No entanto, há que se efetuar um levantamento minucioso das externalidades positivas e negativas. Dentre as negativas, há os serviços de infraestrutura bancados pelo Estado e os gastos públicos decorrentes da operação da empresa. Por exemplo, exigências de investimento em infraestrutura, saneamento visando o tratamento do lixo industrial, gastos para minimizar impactos ambientais, os impactos na segurança etc. Dentre as positivas, a geração de empregos e a criação de uma cadeia de fornecedores. Tudo isso tem que ser previsto no papel, devidamente pesado, as despesas, as contrapartidas até que o fluxo de tributos seja recomposto e o Estado comece a receber.

Hartung passou ao largo dessas análises.

No Portal de Transparência do Estado, escondeu os dados que permitiriam uma análise mais apurada dos subsídios concedidos. Não se trata de uma esbórnia, tipo Sérgio Cabral, mas de uma falta de visão sistêmica e de responsabilidade como gestor público, como se a única função do governante fosse criar condições para novos investimentos, independentemente dos custos que recaem sobre o Estado. Se isso for exemplo de sucesso de gestão, Deus que salve o país dos supostos bons gestores.

Peça 3 – os simulacros de CEOs

O estilo Paulo Hartung não se resume a isso.

Ao longo de sua vida política, notabilizou-se pelo padrão de déspota esclarecido, cujo guru maior foi José Serra que, em cargos relevantes – prefeito e governador de São Paulo – jamais logrou uma política criativa sequer.

Vendia-se a ideia de que qualquer benefício ao contribuinte ou a grupos sociais vulneráveis era sinal de fraqueza. E que os governantes seriam dotados da sabedoria divina, linha direta com Deus, não precisando de conselhos.

Grande governante era o que se dedicasse exclusivamente a impor sacrifícios à população, transformando a responsabilidade fiscal em valor absoluto, um anacronismo resultante da visão incorreta do papel do gestor público.

Mais que isso, as políticas sociais se resumem a obras de pequeno alcance, visando apenas o impacto midiático – não nos indicadores gerais. São projetos pilotos permanentes, pela falta de compromisso com a universalização dos avanços.

Foi assim com o projeto de escola integral, modelo de alcance restrito, enquanto a maioria das escolas é submetida ao esgarçamento orçamentário.

A blindagem a Hartung é tão forte nas Organizações Globo – com exceção do grupo Gazeta, que a representa no Espírito Santo – que, na ânsia de sacralizar Hartung, cometem-se paradoxos explícitos.

Por exemplo, atribui-se a ele a grande vitória contra o crime organizado no Espírito Santo. No entanto, para desqualificar a greve da PM, começam a ser atribuídos a supostos esquadrões da morte, grupos de PMs acumpliciados com o crime organizado, parte significativa da matança registrada nesses dias de greve.

Posto assim, o crime organizado continua mais ativo do que nunca e incrustrado no aparelho policial. O que teria ocorrido seria apenas um pacto de não-agressão, tipo o que o PCC fechou com o governo de São Paulo.

Peça 4 – o tsunami a caminho

A Globo é um brontossauro, com muito músculo e pouco cérebro. Seu papel de principal agente político do país esbarra na absoluta incapacidade de avaliar a gravidade da situação, como se ela própria acreditasse no mundo virtual criado por seus telejornais e pela parcialidade gritante da Globonews.

Longe do mundo ideal criado pela Rede Globo, a situação do Espírito Santo é a seguinte, segundo a visão de A Gazeta:

“(…)  Turbinado pela propaganda do governo, o nosso humilde Estado vinha sendo cantado em prosa e verso, como espécie de paraíso de prosperidade, responsabilidade fiscal, ordem social e qualidade na prestação dos serviços públicos. Bem, o castelo desmoronou, a ilusão se desfez, e essa crise sem precedentes na segurança pública estadual desvelou, de uma maneira brutal, o que esse discurso propagandeado aos quatro cantos tinha de fantasioso e artificial. A realidade é bem mais dura.

(…)  Alguns desses óbvios problemas foram descortinados da pior e mais traumática forma por essa onda de violência:

·      Uma insatisfação latente do funcionalismo público estadual, que se sente sacrificado pelo arrocho fiscal implementado (panela de pressão que estava a ponto de explodir a qualquer momento);

·       A fragilidade e a suscetibilidade de instituições fundamentais à ordem pública, como a PMES; o sucateamento e a precarização de serviços públicos essenciais (hoje o grito foi dos servidores da Segurança, amanhã poderá ser os da Saúde e os da Educação, se não se prestar atenção);

·      A dificuldade, a letargia e a demora da equipe de governo em reagir a uma crise de tal gravidade, que pôs a população de joelhos e entregue a um estado de calamidade pública;

·      (…) A vulnerabilidade, enfim, desse pacto social tão frágil sobre o qual se sustenta a nossa vida cotidiana, em qualquer parte do mundo.

A cegueira da chamada elite brasileira é inédita entre países com a dimensão do Brasil. Posturas críticas racionais, como a da Gazeta, inexistem nos órgãos da chamada grande imprensa do eixo Rio-SãoPaulo, principal avalizadora desse suicídio soberano cometido pela política econômica.

Há um claro desmonte social, uma acelerada perda de legitimidade e de autoridade nos mais diversos escalões da sociedade. A persistência dessa política restritiva, mais os efeitos da PEC 55, agravarão ainda mais a crise.

A falta de limites da camarilha de Temer, a maneira como está atuando no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso acelerarão ainda mais a desagregação social e política.

O fundo do poço ainda está distante. E a cada dia fica mais nítido que a gambiarra Temer não terá condições de resistir ao tsunami.

Tratem de aprimorar o golpe!

Comentários

imagem de aureliojunior50

” Forte Apache”

seg, 13/02/2017 – 00:53

   Neste acumulo de situações – limite, muito impactantes no conjunto da sociedade, e a quadrilha encastelada na “Praça dos Obnubilados”, quando colocada a resolve-las, possui como resposta costumeira, e parece que unica, em recorrer a descer da Praça, em direção a um prédio próximo, passando primeiramente por uma sala ao lado do PR, onde um centauro habita, pode derivar para uma situação grave, até com relação a democracia.

    Quando instituições de Estado, começam a ser constantemente exigidas, a atuar no limite de suas obrigações constitucionais, visando inclusive ” não deixar o Poder cair nas ruas, ainda mais se este for armado “, algumas partes destas instituições começam a perguntar , fomentar em seu meio, algumas constatações frente a estas realidades a elas apresentadas, tipo assim:

     Se para qualquer problema grave somos convocados, porque não assumir diretamente a solução destes problemas ?

imagem de Luís Sousa

Luís Sousa

Quase perfeito por um detalhe…

seg, 13/02/2017 – 01:39

Excelente a análise da realidade capixaba, exceto pela avaliação da atuação de A Gazeta. O trecho transcrito de um artigo publicado recentemente no jornal não reflete a postura assumida pelo grupo jornalístico durante o governo Hartung. O grupo A Gazeta tem protegido as práticas do chamado Imperador, manipulando manchetes e notícias para protegê-lo. É notório o enorme gasto do governo Hartung com publicidade.

A verba de comunicação, incontida em seu governo, tem garantido a manipulação da opinião pública e o sufocamento de qualquer movimento reivindicatório dos servidores públicos. O que o chamado Imperador não contava era que seu aparato repressivo, igualmente tratado com descaso e desmonte, se rebelasse em razão de tamanha espoliação salarial.

O grupo A Gazeta tem mantido a postura protetora em relação ao governo durante a sua cobertura desta crise, apesar deste surpreendente e isolado artigo de crítica publicado no jornal. Todos os capixabas que acompanham de perto a política no Estado sabem que A Gazeta não difere de sua matriz Globo.

Desculpa Nassif, mas a Globo

seg, 13/02/2017 – 08:58

Desculpa Nassif, mas a Globo está longe de ser um brontossauro sem cérebro, parece mais um tiranossauro evoluído com cada vez mais capacidade de manipulação e cada vez mais apoio dos homens do $ daqui e do Tio Sam. Se você for ver, o triunfo dos filhos do Marinho Sênior é ainda maior do que o do pai. Refinaram o poder de manipulação a níveis norte-coreanos vide o caso de morte de Marisa e como conseguiram transmitir a notícia sem humanizar o Lula para que o processo de destruição da reputação dele não sofresse abalo.

Nesses 13 anos de vitórias da esquerda a Globo conseguiu uma proeza talvez inédita em regimes dito democráticos. Em uma estrategia de “água mole em pedra dura” conseguiram moldar e eu diria até modificar o caráter do brasileiro médio incutindo a ideologia neoliberal através do jornalismo , da dramaturgia e do entretenimento tornando o brasileiro muito mais individualista, crente na meritocracia irrestrita e inicialmente com desconfiança e depois com ódio mesmo de tudo o que cheire a esquerda.

Pior,  está matando um dos traços mais bonitos que a gente tem que são a solidariedade e a cordialidade (no sentido de simpatia e não hostilidade para com o próximo). Conseguiram transformar pessoas que eu até então considerava boas em críticos ferozes do Bolsa Família como “fábrica de vagabundos”.

Subestimar a inteligência da Globo é ,na miha opinião, extremamente contraproducente e ajuda aqueles que querem atribuir um peso pequeno ao poder da imprensa o que vai de encontro com toda linha editorial deste Blog que acompanho praticamente desde o início.

imagem de Wilton Santos

Não é a globo que é inteligente, é a esquerda que é burra…

seg, 13/02/2017 – 09:51

Não é a globo que é inteligente, é a esquerda brasileira que é burra…

imagem de Bruno P S

A esquerda brasileira é

seg, 13/02/2017 – 10:25

A esquerda brasileira é inocente o que para muitos é um eufemismo para burrice. Mas penso diferente acredito que a falta de experiência no poder, afinal a direita mandou por 500 anos, causou o deslumbre fácil ainda mais porque o Carisma de Lula e o sucesso econômico inicial encobriram  o profundo analfabetismo político da população e causou a sensação para alguns de que a manipulação midiática tinha perdido força quando na verdade ela estava lá todos os dias, pouco a pouco “formando” a geração atual de odiadores e imbecis de direita, só esperando a hora de dar o bote fatal.

Burrice será se a esquerda não aprender a lição de que carisma e sucesso econômico puro e simples tem perna curta e que sem comunicação de qualidade e sem enfrentar o império midiático diariamente seu destino é virar um fóssil vivo.

imagem de jossimar

jossimar

Sem esquecer que a globo foi

seg, 13/02/2017 – 09:14

Sem esquecer que a globo foi salva da falência pelos governos petistas. Em 2003, quando o PT assumui a situaçlão era de insolvência devido dívidas contraídas em dólares que foram à estratosfera quando da desvalorização do real em 1999.

O Requião já nos contou esta história. O PT salvou e fortaleceu a globo durante todo seu governo. A Globo, como bom escorpião fez o que seu instinto ordenou e ferroou o PT com a ajudados aliados de sempre, os traíras e o judiciário.

Nas p´roximas eleições o PT será reduzido a um micro partido.

Espero que a esquerda JAMAIS se esqueça do que ocorre quando se alia a direita.

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juan slowski

Algumas considerações a fazer

seg, 13/02/2017 – 08:54

O movimento da PM capixaba, deixou a classe média do Espirito Santo, chocada. Esta classe média, adora a PM, que agride estudante e trabalhador e ao mesmo tempo da cobertura às passeatas coxinhas. Esta classe média, adora Paulo Hartunh, que nada mais é do que uma invenção da Rede Gazeta(Globo).

Então, pasados mais de dez dias do começo da crise, não se ouve ninguém em Vitória, apontar um culpado por esta situação. Fosse a uns anos atrás, Lula ou Dilma, já estariam sendo linchados nas redes sociais.

A politica economica do P.H. é traçada nos gabinetes da ONG “ES-Ação”, que é quem dá as cartas por lá.

Uma consideração a fazer: o governo estadual, distribui incentivos fiscais milionários, não para atrair empresas, mas para empresas que já estão instaladas por lá, há vários anos.

imagem de Bruno Cabral

Bruno Cabral

Antes do ES

seg, 13/02/2017 – 08:53

Beto Richa enfrentou a cassetetes os professores estaduais. E a imprensa golpista escondeu.

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Somebody

A única saída concreta para

seg, 13/02/2017 – 08:48

A única saída concreta para parar com este desmanche é liquidar os conspiradores, eliminá-los antes que possam tentar fugir do país (vocês não têm mais governo, vocês têm uma quadrilha de criminosos mandando no país). Mas como vocês borram as calças só com a idéia de pegar em armas então vocês irão continuar regredindo para uma colônia agrícola feudal.


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jossimar

Concordo plenamente com você.

seg, 13/02/2017 – 09:15

Concordo plenamente com você. Colonia feudal foi uma ótima definição.

imagem de Antonio A. B. Neto

Antonio A. B. Neto

O modelo neoliberal de

seg, 13/02/2017 – 08:45

O modelo neoliberal de arrocho e ajuste do Espírito Santo está se revelando um completo desastre, mas o governo golpista gostou muito do que foi feito por lá e provavelmente pretende obter a ajuda dos mentores do desastre para implatá-lo na esfera federal, tanto que trouxe a  Ana Paula Vescovi, secretária da fazenda do Hartung para comandar a Secretaria do Tesouro Nacional no Ministério da Fazenda em Brasília.

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J. Gomes

Nassif, leio vc com

seg, 13/02/2017 – 08:36

Nassif,

leio vc com freqüência, não para criticar. Mas às vezes há exageros nas análise e deve ser nosso papel também apontar, para buscarmos a isenção inteligente. A série de xadrezes  trás boas análise, mas equivoca-se e cria cenários irreais, ilusórios e que, vários, não se consolidaram.

Algumas críticas construtivas sobre o presente xadrez, de paulo hartung:

1)a causa da crise fiscal do estado não está em joaquim levy, mas na política fiscal irresponsável e frouxa de guido mantega e dilma roussef, nos dois últimos anos do primeiro mandato. É difícil combater o desajuste sem políticas contenção fiscal;

2)a correlação positiva paulo hartung-temer como algo arquitetado é forçação de barra retórica, mesmo com seus atenuantes das diferenças entre os dois, que são enormes, apesar de estarem hoje no mesmo partido. Muito antes de imaginar o golpe e assunção de temer, hartung era austero e bom gestor, por mais que seja amigo político de pessoas que você não gosta;

3) o texto de chamada da interessante entrevista com o cientista político local, postado ontem, acabou jogando para o rapaz a pecha de criador da visão de que artung é um laboratório de temer, quando na realidade não é exclusividade do ES o arrocho de salários de servidores e nem do interesse de ninguém sensato e racional que as greves com policiais proliferem país afora, mesmo que seja para piorar o cenário e provocar a queda dos golpistas. O que o cientista mostrou é que, no momento, o que ocorrer de desfeche no ES será decisivo para a proliferação ou não de greves de policiais no país;

4)falta de diálogo e jogo de cena para dividir a PM – na realidade, apesar de duro, hartung abre espaço para interlocutores seus fazerem acenos para a negociação, mas há dificuldade porque o movimento, por ilegal, não tem interlocutores. As mulheres dos PMs dão entrevista que deixam claras a falta de consistência na capacidade de negociar (não abrem mão de 100% de reajuste e da anistia ampla);

5)dizer que as políticas de desenvolvimento do estado de só se preocupam com a atração de investimento, sem medir os custos X benefícios e sem preocupação social com as camadas mais pobres é muito simplório. Seria uma burrice de esquecimento ou equivoco para um sujeito com a inteligência e bom senso de paulo hartung não levar em consideração essas analises em suas “planilhas”. A “maldição do desenvolvimento” ocorre porque não há como um Estado se desenvolver muito, sem que haja um desenvolvimento/crescimento nacional;

6)teria proteção da globo, mas não da gazeta, sua repetidora local – difícil de imaginar uma situação dessas;

7)diz que venceu o crime organizado, mas agora os assassinatos proliferam – ora, claro! O crime se atenua, mas a todo momento busca formas de voltar. É um constante enxugar de gelo. O cenário é ideal para os criminosos mostrarem suas forças ocultas e ilegais

abraços

zé gomes

imagem de San

San

Gazeta isenta??

seg, 13/02/2017 – 07:20

Ótimo texto Nassif. Com uma correção: a rede Gazeta (jornal e televisão) come na mão do Paulo Hartung. Venha aqui assistir um pouco desta TV pra você ver. Na minha opinião, somente a Record aqui no ES deu uma cobertura um pouco mais neutra (não que tenha sido uma maravilha também). A Gazeta banca o Hartung aqui. Pesquise mais e verá.

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