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Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, foi dado ao escritor Raduan Nassar pelo conjunto de sua obra. Escritor denunciou o golpe no Brasil e o Ministro da Cultura, Roberto Freire, se descontrola, é vaiado e bate boca com a plateia.

Roberto Freire, o micróbio contra o gigante

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Roberto Freire é duplamente intruso. Primeiro, como Ministro da Cultura de um governo ilegítimo. Segundo, como porta-voz oficial em um evento de cultura, um político tosco entrando em águas que nunca frequentou..

Certa vez, o Jornalismo Wando – perfil gozador do Twitter – mandou uma saudação a Roberto Freire:

O sensibilizado manteve o mesmo baixo nível cultural,  mas se tornou Ministro da Cultura. É o governo de Macunaíma: o mais truculento dos políticos, José Serra, torna-se o comandante de diplomacia; o mais deslustrado dos políticos brasileiros, Freire, o Roberto, torna-se Ministro da Cultura; Mendonça Neto, que não aprendeu a declinar o verbo haver, torna-se Ministro da Educação, com a assessoria luxuosa de Alexandre Frota; e o marido de dona Marcela, o presidente.
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A incapacidade de entender, nem se diga a ironia, mas a gozação escarrada, sempre foi uma característica de Freire, o Roberto.

Seu estilo sempre foi o do jagunço político, do qual seu guru José Serra é o líder inconteste. É o político incapaz de qualquer pensamento mais elaborado. Em qualquer discussão, só consegue digladiar criando a figura hipotética do “inimigo”, de maneira a desqualificar antecipadamente o oponente, sabendo que não terá nível para rebater argumentos de quem quer que seja.

É o primarismo político, a força cega, a política da República Velha, o ranço vingador de Exu, do sertão pernambucano, na antessala da civilização. Dia desses, um conhecido explicava a virulência de políticos a jornalistas pernambucanos como uma característica cultural. Duvide-o-dó. É característica de quem jamais conseguiu se destacar pela inteligência dos argumentos. Acomete Serra da Mooca e Freire de Pernambuco, Aloysio de São José do Rio Preto e Anibal do Amapá.

Dentro todos, nenhum se iguala no primarismo a Roberto Freire. Os demais são capazes de intercalar truculências desmedidas com alguma forma de raciocínio elaborado. Freire é esgoto permanente.

O escritor Raduan Nasser exprimiu sua opinião com propriedade.  Nem que tivesse cometido impropriedades. Assim como outros ícones da cultura brasileiro, como Suassuna, o próprio Freire, o Gilberto, Raduan está acima do bem e do mal.

No entanto, despertou a petulância de um pigmeu intelectual  como Freire, que rebateu com o único bordão de que se vale nas suas pendengas: é coisa do petismo. Reduziu a obra referencial de Raduan a um mote, o petismo. É esse o truque. Em qualquer discussão, invoque o único argumento para o qual você conseguiu desenvolver respostas. E o único referencial intelectual de Freire, o Roberto, é o antipetismo.

Pessoas, como ele, que só conseguiram um tubo de oxigênio político através do golpe, tornaram-se especialistas em invocar seu passado político para se comprovar democrata. Freire passou em branco pela ditadura, mas não incólume: herdou daqueles tempos, a truculência desmedida e o ranço de se considerar o dono do Estado, a ponto de cobrar de Raduan a devolução de um prêmio, como se fosse uma doação da camarilha de Temer.

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As palmadas morais de Raduan Nassar no lugar onde Roberto Freire guarda seu intelecto. Por Kiko Nogueira

Postado em17 Feb 2017
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Na manhã de sexta-feira, dia 17, o escritor Raduan Nassar recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, pelo conjunto de sua obra.
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Na cerimônia, realizada em São Paulo, o autor de “Lavoura Arcaica” fez o que se espera de um intelectual corajoso: denunciou o golpe.

O ministro da Cultura, Roberto Freire, ainda tentou uma pegadinha. Escalou Nassar para abrir os trabalhos, prevendo que viria chumbo, de modo a ele ficar por último. Batata (leia o pronunciamento abaixo).

O vexame foi inevitável. Freire, descontrolado em sua soberba e ignorância, mais um “notável” num governo vagabundo, sem qualquer legitimidade para o cargo, foi vaiado pela plateia, com quem bateu boca.

O melhor que conseguiu foi sugerir que Raduan não deveria aceitar o prêmio de 100 mil euros por ser um “adversário” — como se ele outorgasse a premiação, e não um júri de Brasil e Portugal — e que não estamos em uma “ditadura”.

Ouviu do professor Augusto Massi: “Acho que você não está à altura do evento”. Obviamente que não está. Resta-lhe procurar consolo em José Serra, que o inventou, enquanto não cai — se Serra não tiver mais o que fazer.

Eis o discurso de Raduan Nassar na íntegra: 

Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.

Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.

Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.

Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.

Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.

Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.

Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.

Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.

Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas.

É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.

O golpe estava consumado!

Não há como ficar calado.

Obrigado

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