247 – Em 17 de abril do ano passado, o então vice-presidente Michel Temer pediu que sua assessoria divulgasse uma imagem em que ele, sorrindo como uma criança, acompanhava a votação da sessão do impeachment na Câmara dos Deputados – aquela, conduzida por Eduardo Cunha e que entrou para a história como “a assembleia de bandidos presidida por um bandido”.
Antes mesmo do resultado, sem nenhum recato, Temer já posava para a posteridade como um traidor. Um conspirador que agiu nas sombras para derrubar os votos de 54 milhões de brasileiros e também sua companheira de chapa, Dilma Rousseff.
Pouco tempo depois, no dia 13 de maio, Temer tomou posse ladeado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado na eleição de 2014, mas que conseguiu conquistar o poder na mão grande, aliando-se a Temer. Depois do golpe parlamentar, Aécio conseguiu nomear nada menos que cinco ministros, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e até promover uma troca de comando na Vale.
Mais do que simplesmente entregar cargos a Aécio, Temer adotou o programa de governo do candidato derrotado, promovendo o atual desmonte do Estado. O resultado é o que está aí: uma economia em queda livre, com tombo de 3,99% nos últimos doze meses, e 13,5 milhões de desempregados. Ou seja: Temer também traiu o programa vitorioso nas urnas.
Além disso, ao avaliar que o fato de ter conquistado o poder sem votos lhe daria carta branca para fazer o que bem entendesse, Temer liquidou com os direitos trabalhistas, ao promover uma terceirização radical, e também propor uma reforma da Previdência que deixará milhões de brasileiros sem nenhum tipo de proteção social.
Nesta sexta-feira, depois de tantas traições, Temer colheu o que plantou. Uma pesquisa CNI/Ibope revelou que nada menos que 79% dos brasileiros não confiam em Temer (leia aqui), cujo processo de cassação terá início na próxima terça-feira. Portanto, se os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidirem se sintonizar com a sociedade brasileira, agirão para que o Brasil se livre de um dos maiores vexames de sua história.
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Jornalista Helena Chagas, do blog OS Divergentes, também observa que pode se intensificar a demandada de líderes do governo de Michel Temer, de olho nas eleições de 2018.
“Aquela esperança de tudo se ajeitar – o governo do peemedebista consertar a economia e ter forte influência na própria sucessão -, pode esquecer, conforme ficou claro hoje em duas más notícias para o Planalto: o desemprego recorde na casa dos 13% e a última rodada da pesquisa CNI/Ibope”, diz Chagas; “A esta altura, o maior risco para o Planalto é a deserção de aliados que, já de olho na eleição do ano que vem, podem começar a achar que não será vantajoso chegar lá ao lado do atual governo”.
1 de Abril de 2017 às 07:35
247 – A jornalista Helena Chagas, do blog OS Divergentes, destaca que o cerco eleitoral está se fechando contra Michel Temer, faltando um ano e meio para as eleições de 2018.
“A esta altura, os políticos só pensam nisso, inclusive os aliados de Michel Temer. Aquela esperança de tudo se ajeitar – o governo do peemedebista consertar a economia e ter forte influência na própria sucessão -, pode esquecer, conforme ficou claro hoje em duas más notícias para o Planalto: o desemprego recorde na casa dos 13% e a última rodada da pesquisa CNI/Ibope”, diz Chagas.
A jornalista diz que o maior risco para Temer é a deserção de aliados, como já ocorreu com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (leia aqui).
“A esta altura, o maior risco para o Planalto é a deserção de aliados que, já de olho na eleição do ano que vem, podem começar a achar que não será vantajoso chegar lá ao lado do atual governo. Ainda é cedo para se falar em debandada, e um ano e meio de caneta e Diário Oficial na mão podem retardar esse processo a favor do Planalto. Mas, se até meio do ano as coisas não melhorarem, nem na economia e nem na popularidade presidencial, vai ficar difícil segurar o estouro da boiada”, diz Helena Chagas.
“É por isso que, ou o Planalto corre e usa todos os seus recursos, favores, cargos e emendas para aprovar logo a reforma da Previdência, ou as coisas vão ficar muito complicadas.”
Leia na íntegra o artigo de Helena Chagas.
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