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Pesquisa Ibope – Os 3 marcos de Lula: maior potencial de voto, eleitorado cativo e queda na rejeição;

O 3 marcos de Lula no Ibope: maior potencial de voto, eleitorado cativo e queda na rejeição

Foto: Roberto Stuckert Filho
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Jornal GGN – Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta (20) mostra entre 9 nomes testados para a presidência da República em 2018, Lula é o único que conseguiu atingir três marcos: reúne maior potencial de voto entre os concorrentes, é o único que conseguiu reduzir o índice de rejeição e tem o maior eleitorado cativo.
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A sondagem foi feita antes da divulgação da chamada lista de Fachin, que inclui uma série de pedidos de abertura de inquéritos assinados pela Procuradoria Geral da República, no âmbito da Lava Jato.
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Aos entrevistados, cerca de 2 mil, o Ibope apresentou um nome de cada vez e perguntou se aquela pessoa votaria no candidato virtual com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não conhece o suficiente para opinar. O potencial de votos é a soma do “com certeza” com “poderia votar”.
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Nesse cenário, pela primeira vez desde 2015, o potencial de voto de Lula atingiu a taxa de 47% (30% de com certeza e 17% de poderiam votar). A taxa de rejeição (não votariam de jeito nenhum) é de 51%. O índice caiu 14 pontos em relação ao ano passado.
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“Lula da Silva tem o maior eleitorado cativo entre possíveis candidatos a presidente. Segundo pesquisa inédita do Ibope, publicada aqui com exclusividade, 19% votariam “com certeza” nele e em mais ninguém – além de outros 11% que dizem que votariam com certeza não só nele, mas em outros também. Para se comparar, o segundo maior eleitorado exclusivo é o do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa: 4%, um quarto do de Lula”, escreveu o blog do jornalista José Roberto Toledo.
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O jornalista avaliou que “Lula renasceu eleitoralmente” por 3 motivos: o péssimo desempenho do governo Temer, a memória do bolso do eleitor e, “paradoxalmente”, a Lava Jato – que atingiu as principais lideranças políticas de olho em 2018.
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“Quanto pior é a avaliação do governo Temer, maior fica o capital político acumulado por Lula. Todo tropeço presidencial – das gafes em discursos sobre mulheres até o jeito de apresentar a reforma da Previdência – acaba virando ponto para o petista. O desemprego em massa, é claro, também ajuda”, disse Toledo.
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TUCANOS
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Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, os três nomes do PSDB com intenção de disputar o Palácio do Planalto, por sua vez, viram o potencial de voto diminuir e a rejeição aumentar.
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O potencial de votos de Aécio despendou de 41% para 22% desde 2015. O de Serra, de 32% para 25%, e o de Alckmin, de 29% para 22%.
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A taxa de rejeição do senador mineiro é de 62%, ante 58% de Serra e 54% de Alckmin – todas superiores a de Lula. Em relação à pesquisa de 2016, a taxa de rejeição de Aécio cresceu 9 pontos, a de Alckmin 1 ponto e a de Serra, 4 pontos.
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Pela primeira vez, o Ibope testou o potencial de votos de Joao Doria, a aferiu que ele tem 6% de com certeza e 10% de poderiam votar. Como é um dos candidatos mais desconhecidos (44%), Doria tem uma rejeição ligeiramente menor que seus correligionários: 36%.
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Marina Silva, da Rede, também teve o mesmo desempenho dos candidatos tucanos: viu a rejeição subir enquanto o potencial de voto caiu. Em relação à pesquisa de 2016, a rejeição aumentou de 46% para 50%. Já o potencial de votos caiu de 39% para 33% desde 2015.
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Outros dois nomes testados foram o de Ciro Gomes, que tem 49% de rejeilão e 18% de potencial de votos e Bolsonaro, com 42% de rejeição e 17% de potencial de votos.
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OUTSIDER
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O único nome que não pertence à política testado pelo Ibope foi o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. Ele aparece com 24% de potencial de voto, e 32% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.
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Temer, Lava Jato e economia ruim fizeram Lula “renascer eleitoralmente”, diz jornalista do Estadão

Foto: Divulgação
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Jornal GGN – Lula atingiu três marcos no Ibope divulgado nesta quinta (20): é o único entre nove candidatos – incluindo os quatro tucanos Joao Doria, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin – a reunir maior potencial de votos, maior eleitorado cativo e maior queda na taxa de rejeição.

A pesquisa foi feita antes da divulgação da chamada lista de Fachin e, consequentemente, antes de Lula ganhar 33 minutos de matérias negativas no Jornal Nacional. Mas, para José Roberto Toledo, do Estadão, “paradoxalmente”, a Lava Jato está entre os três fatores que fizeram Lula “renascer eleitoralmente”.

“A Lava Jato acabou por nivelar o campo da corrupção. Se todos são moralmente iguais, o custo-benefício favorece Lula”, avaliou Toledo.
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Para ele, o péssimo desempenho de Michel Temer na presidência e a atual crise econômica – que faz o eleitor resgatar os anos dourados com Lula – também favorecem o petista.
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Por José Roberto Toledo

Páscoa eleitoral de Lula

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No Estadão
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Lula da Silva tem o maior eleitorado cativo entre possíveis candidatos a presidente. Segundo pesquisa inédita do Ibope, publicada aqui com exclusividade, 19% votariam “com certeza” nele e em mais ninguém – além de outros 11% que dizem que votariam com certeza não só nele, mas em outros também. Para se comparar, o segundo maior eleitorado exclusivo é o do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa: 4%, um quarto do de Lula.
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Considerando-se os que votariam com certeza e quem poderia votar em cada nome testado pelo Ibope, Lula chega a 47%; Marina Silva (Rede) tem 33%; Jose Serra (PSDB), 25%; Joaquim Barbosa, 24%; Geraldo Alckmin e Aécio Neves, 22% cada; Ciro Gomes (PDT), 18%; Jair Bolsonaro (PSC), 17%; e João Doria (PSDB), 16%. Mas Doria, Bolsonaro e Joaquim são desconhecidos para 40% ou mais do eleitorado e, por isso, sofrem menos com a rejeição.
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Lula é o único cujo potencial de voto (30% que votariam com certeza nele mais 17% que poderiam votar) quase iguala sua rejeição: 47% a 51% – a diferença está no limite da margem de erro. Para Aécio e Ciro, por exemplo, seu potencial é cerca de um terço de sua rejeição. Quem se aproxima mais de Lula nessa taxa é Barbosa: seu potencial equivale a 75% de sua rejeição.
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Lula renasceu eleitoralmente por três motivos: o governo Temer, a memória do bolso do eleitor, e, paradoxalmente, a Lava Jato – que respingou em quase todo político relevante. A pesquisa Ibope foi feita antes de o Jornal Nacional dedicar 33 minutos ao petista na cobertura da Lista de Fachin. Se Lula continuará vivo na disputa até 2018 é questão para pitonisas forenses.
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Quanto pior é a avaliação do governo Temer, maior fica o capital político acumulado por Lula. Todo tropeço presidencial – das gafes em discursos sobre mulheres até o jeito de apresentar a reforma da Previdência – acaba virando ponto para o petista. O desemprego em massa, é claro, também ajuda.
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Aos eleitores pobres, do Nordeste e de outras partes do interior do Brasil, pouco importa que a crise econômica tenha começado com Dilma Rousseff. Quando se lembram da última vez em que seu bolso não esteve vazio, que tinham emprego e podiam comprar de tudo à prestação, eles se lembram do governo Lula. O bolso tem memória comparativa – e votar é comparar, sempre.
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“Lula é investigado por corrupção”. Ele e, desde a semana passada, uma centena de políticos de quase todos os partidos, como mostram as delações da Odebrecht. “Com ele a corrupção foi maior”. Pode ser, mas, para o eleitor do Brasil profundo, se todos roubam, ao menos sob Lula sobrava algo para ele. Isso explica o fato de o petista estar com rejeição menor que os três ex-candidatos a presidente do PSDB, Serra, Alckmin e Aécio.
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A Lava Jato acabou por nivelar o campo da corrupção. Se todos são moralmente iguais, o custo-benefício favorece Lula. O raciocínio cínico de parte do eleitorado que se notabilizou com Adhemar de Barros e ganhou força com Paulo Maluf está agora sendo ressuscitado para Lula. E se aparecer um adversário novo? Alguém não nivelado pela Lava Jato? Será o antípoda do petista. Por ora, os candidatos ao papel são Bolsonaro e Doria.
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A menor intersecção do potencial de voto em Lula é com ambos: 13% e 10%, respectivamente. Quase ninguém que votaria no petista votaria neles também. É porque são menos conhecidos, mas isso é uma vantagem: dos que não votariam de jeito nenhum em Lula, 37% não conhecem Bolsonaro e 41% não conhecem Doria o suficiente para opinar sobre eles. Significa que ambos podem somar até 20 pontos a seus potenciais de voto cativando quem rejeita Lula. Seria o suficiente para levar um deles ao segundo turno.

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