Tucanos estão apavorados com desenrolar de caso de Paulo Preto
A divulgação de que Paulo Preto, apontado como operador dos esquemas de corrupção do PSDB, tinha R$ 113 milhões em contas na Suíça trouxe pânico ao tucanato; auxiliares dos caciques tucanos paulistas José Serra, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes reagiram com preocupação à revelação; grupo teme que o detalhamento das transações que resultaram nesse saldo seja trazido à tona.
23 de Fevereiro de 2018 às 05:53
SP 247 – Auxiliares dos caciques tucanos paulistas José Serra, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes reagiram com preocupação à revelação de que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB, tinha R$ 113 milhões na Suíça.
Teme-se que o detalhamento das transações que resultaram nesse saldo seja trazido à tona. Como o Ministério Público da Suíça enviou espontaneamente a pares brasileiros dados sobre quatro contas em banco suíço atribuídas a Vieira, há expectativa de que agora seja revelado o caminho do dinheiro.
Reservadamente, aliados de uns atribuem aos outros o elo com Paulo Preto, amigo de longa data do ministro Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e diretor da Dersa nos governos Alckmin, em 2005 e 2006, e Serra, de 2007 a 2010.
As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo.
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Inquérito contra operador do PSDB foge à rotina e está cheio de lacunas
Uma série de lacunas e procedimentos pouco comuns cercam o inquérito do Ministério Público Federal sobre as contas bancárias na Suíça atribuídas a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB; é marcada por lacunas e procedimentos que fogem à rotina de uma apuração do gênero.
As perguntas que cercam as contas começam na PGR; apesar de haver inquérito sob seu controle no STF a respeito de Souza e de Serra, a procuradora-geral, Raquel Dodge, afirmou por escrito ao STF que não fará essa investigação; além disso, a PF não foi avisada pela PGR sobre a existência das contas de Paulo Preto na Suíça com cerca de R$ 113 milhões.
23 de Fevereiro de 2018 às 05:31
SP 247 – A investigação do Ministério Público Federal sobre as contas bancárias na Suíça atribuídas a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB, é marcada por lacunas e procedimentos que fogem à rotina de uma apuração do gênero.
Segundo decisão da Justiça Federal, uma firma offshore do Panamá da qual Souza é beneficiário, a Groupe Nantes, deteve durante dez anos contas no banco suíço Bordier & Cie. Em junho de 2016, as contas atingiram R$ 113 milhões, em valores convertidos. Naquele mesmo ano, Souza havia declarado patrimônio de R$ 2,8 milhões no Brasil. Em fevereiro de 2017, os valores da Suíça foram transferidos para contas em Bahamas.
As perguntas que cercam as contas começam na Procuradoria-Geral da República. Apesar de haver inquérito sob seu controle no STF a respeito de Souza e de Serra, a procuradora-geral, Raquel Dodge, afirmou por escrito ao STF que não fará essa investigação, mas sim a Procuradoria da República em São Paulo.
Ao mesmo tempo, pediu ao tribunal que ordene à Justiça Federal da capital paulista permitir vista do caso, um procedimento até então sigiloso, à defesa do investigado.
Para fundamentar sua petição, Dodge argumentou que o caso se refere a um procedimento que investiga o papel de Souza em um suposto prejuízo estimado em R$ 10 milhões na desapropriação de imóveis em São Paulo —o valor, porém, é muito distante do apurado como saldo das contas suíças.
Além disso, a Polícia Federal não foi avisada pela PGR sobre a existência das contas. Em conversa reservada, um policial federal se disse surpreso com a informação sobre as contas, que estava em poder do Ministério Público desde agosto do ano passado e não foi compartilhada. A PF só soube delas a partir de reportagem divulgada pela Folha em 29 de janeiro passado.
Um terceiro ponto nebuloso é que a informação de que existia uma cooperação internacional em andamento autorizada pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo vazou para a defesa de Souza de forma não explicada.
As informações são de reportagem de Rubens Valente e Reynaldo Turollo Jr na Folha de S.Paulo.