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Ministro diz está sendo ameaçado, mas não dá queixa e nem quer que a PF investigue; O escândalo serviu para insinuar quem são os suspeitos e contrabalançar com o noticiário sobre o atentando à caravana no Paraná

Fachin News ganha corpo com ministro revelando que PF não foi acionada

Foto: Agência Brasil
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Jornal GGN – Embora tenha dito em entrevista à GloboNews que estava “preocupado” com ameaças que sua família vem sofrendo em função da Lava Jato, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, não havia comunicado à Polícia Federal sobre esses supostos eventos e tampouco aceitou a ajuda imediatamente colocada à disposição pelo ministro da Segurança, Raul Jungmann, na terça (27).
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A fala de Jungmann, registrada pelo portal Gazeta Web, deixa claro que Fachin não vê necessidade de colocar a inteligência da Polícia Federal em cima das supostas ameaças.
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“O ministro Fachin acaba de conversar com o diretor-geral da Polícia Federal, [Rogério] Galloro, e disse que por ora não via necessidade de contar com o suporte, a segurança da Polícia Federal, e que tinha entrado em contato com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, e que ela iria tomar as providências cabíveis”, afirmou Jungmann na terça.
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O ministro da Segunda ainda completou que a PF tem “devidamente preparadas uma equipe para análise de risco e uma equipe para abrir inquérito. E, evidentemente, isso permanecerá à disposição do Supremo Tribunal Federal e do ministro Edson Fachin.”
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Nesta quarta (29), o jornalista Luis Nassif questinou neste artigo o fato de Fachin ter feito alarde na imprensa sem ter buscado medidas efetivas para combater as ameaças.
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“Depois de derrotado na última votação do Supremo, Fachin se apresenta como o herói sem mácula e sem medo. Divulga as ameaças e garganteia: não tem medo de ameaças contra ele, mas apenas contra sua família.”
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“É possível, sim, que tenha recebido ameaças isoladas. A jogada consistiu em dar divulgação e superdimensiona-las e montar o alarido. Em qualquer das hipóteses, Fachin está atuando como agente provocador.”
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Fachin teria comunicado apenas a presidência do Supremo, que por sua vez “reforçou” um pedido para aumentar o efetivo de agentes que fazem a escolta do ministro e sua família.
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Por que Fachin recusou inquérito da PF sobre as ameaças que diz sofrer? Fake news? Por Kiko Nogueira

Tá esquisito, ministro

O ministro do STF virou notícia, ao longo desta semana, por causa das ameaças que ele disse estar sofrendo e que envolvem sua família.

O caso é grave e precisa, obviamente, ser apurado para que os culpados sejam punidos.

O curioso é que o Fachin não quer que isso ocorra.

O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, conversou pelo telefone com ele e colocou duas equipes à disposição —uma para fazer a análise dos riscos a que estão submetidos os familiares; outra para abrir um inquérito.

Segundo o insuspeito Josias de Souza, Fachin agradeceu e declinou, alegando que Cármen Lúcia, presidente da corte, já tomara as providências necessárias.

Raul Jungmann, o chefe da pasta da Segurança Pública, explicou que que, sem uma “representação”, não há como iniciar uma investigação.

Não se sabe quais “providências” Cármen tomou. Até agora, o que ela fez de mais enfático foi dar mais uma entrevista, desta vez ao Estadão.

“Numa democracia, as pessoas se manifestam. O que não é aceitável é ultrapassar os limites da lei, da legalidade”, declarou, eternamente pedestre.

A intimidação a Fachin virou manchete. 

Fachin fez a revelação ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, que comprou a história pelo valor de face. “Que coisa triste, hem?”, lamentou, sincerão.

Não quis saber se o interlocutor tinha alguma pista de onde vinham as agressões. A curiosidade morreu ali.

Seus colegas na Globo tiveram um piti. Gerson Camarotti dava cambalhotas sobre a gravidade da “revelação”, o fim da democracia etc.

Leilane Neubarth, comme d’habitude, repetia exasperada o que lhe mandavam apregoar no ponto eletrônico, sem ter a mínima ideia do que acontecia.

No Jornal Nacional, o presidente da OAB, Carlos Lamachia, proferiu a velha papagaiada em defesa das instituições pela qual ficou famoso. Associações de juízes e entidades de procuradores soltaram comunicados indignados. Etc.

O escândalo serviu para insinuar que os suspeitos são seguidores de Lula e contrabalançar com o noticiário sobre o atentando à caravana no Paraná. 

Depois de toda a grita, Fachin não quer investigação. Por quê? 

Hipóteses:

  1. A coisa foi fabulada
  2. Ele não tem fé na polícia e na Justiça, como todos os brasileiros.

Se for fake news, o que acontece com Edson Fachin? Não precisa responder.