Tucanos querem dar cargo com foro a Temer em troca de aliança eleitoral, para protegê-lo de medidas cautelares de juízes de primeira instância: Embaixada é a saída mais cogitada; Em caso de vitória para governo em SP, Temer teria um cargo da estrutura estadual
De olho em angariar apoio para a candidatura tucana, estrategistas de Geraldo Alckmin defendem que a negociação entre ele e Michel Temer para a campanha eleitoral de 2018 deveria passar pela garantia de um cargo para o atual presidente num possível futuro governo. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Entre um dos cargos cogitados, está a nomeação para uma embaixada, que garantiria foro especial para Temer após sua saída do cargo, preservando o futuro ex-presidente de medidas cautelares determinadas por juízes de primeira instância.
Já em caso de Alckmin não ganhar o pleito, mas sim um de seus aliados —João Doria ou Márcio França— seja eleito para o governo paulista, Temer poderia ser acomodado em um cargo da estrutura estadual. Segundo a colunista, a ideia já foi estudada por pelo menos um deles, já que querem o apoio do MDB no estado.
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Alckmin com Temer. Fotos: Alan Santos/PR/Fotos Públicas
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O ministro Carlos Marun, articulador político de Temer, postou um comentário polêmico no grupo de WhatsApp da bancada do MDB na Câmara; ele revela involuntariamente como se deu a adesão do Centrão a Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à presidência; Marun diz que o tucano conquistou o apoio dos partidos do centrão (DEM, PP, PR, SD e PRB) apenas porque o governo ‘bloqueou’ a migração do bloco para “o débil mental” Ciro Gomes (PDT): Temer ameaçou retirar cargos do blocão caso apoiassem o pedetista.
23 de Julho de 2018 às 04:26
247 – O ministro Carlos Marun, articulador político de Temer, postou um comentário polêmico no grupo de WhatsApp da bancada do MDB na Câmara. Ele revela involuntariamente como se deu a adesão do Centrão a Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à presidência. Marun diz que o tucano conquistou o apoio dos partidos do centrão (DEM, PP, PR, SD e PRB) apenas porque o governo ‘bloqueou’ a migração do bloco para “o débil mental” Ciro Gomes (PDT): Temer ameaçou retirar cargos do blocão caso apoiassem o pedetsta.
“Na ‘reflexão’, Marun sugere propostas para o partido defender na eleição presidencial. Entre elas, a criação de um ‘Conselho Superior para as Polícias, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenha controle externo’; ‘uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro’; ‘mandatos para o STF” e “um vamos propor um valor mínimo para o atendimento pela saúde pública’. Marun sugere que ao não receber o apoio do Centrão, o MDB terá ‘liberdade’ para “estabelecer um projeto que não seja refém das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios”.
Leia trechos da mensagem de Marun aos emedebistas:
“Colegas, estive refletindo sobre a situação de nossa pátria e conclui que existem males que veem para bem. Estamos agindo corretamente. A atitude de Alckmin nas denúncias o torna não merecedor do nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao débil mental do Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isto não é de todo ruim. Sabemos que a tucanidade de Alckmin não o faz o candidato para o agora. Temos um ótimo candidato e temos liberdade para estabelecermos um projeto realmente modernizador e que não seja refem das mazelas de um presidencialismo de coalizão que sabemos ter sempre a tendência de transformar-se em um balcão de negócios. Um projeto que vá além da Economia. Somos ou não somos um partido reformista? Se somos, chegou a hora da ousadia. Conclamo os companheiros a apresentarmos a nação um plano realmente arrojado, que dê continuidade às conquistas do nosso Governo Temer. Com coragem de dizer a verdade. Confiantes na vitória, mas sem medo da derrota.”
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Vamos propor em janeiro uma reforma política que realmente reduza o número de partidos, acabe com a reeleição para o executivo, reduza o número de parlamentares nas casas legislativas da União, Estados e Municípios e reduza proporcionalmente estas despesas. Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilegal nos pleitos. Podemos propor uma forma de leniência para o Caixa Dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro. Vamos propor uma verdadeira reforma da administração pública com a relativização da estabilidade e com um teto salarial de acesso ao serviço público não superior um terço do teto de saída. Leia mais aqui.