247 – A Ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa, chama a atenção para o tratamento que a mídia oferece ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e a recíproca. Para Cesarino, a imprensa tem se omitido em exigir mais seriedade do candidato folclórico e, ao mesmo tempo, prospectar elementos fatuais de sua biografia. A ombudsman, Bolsonaro não pode ser comparado a Trump, porque o ex-capitão é um político profissional há 7 mandatos (muito diferente de Trump, por exemplo).
Leia trechos da coluna da ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa:
“O candidato a presidente Jair Bolsonaro tem mais semelhanças do que diferenças com o presidente norte-americano Donald Trump? A imprensa brasileira está repetindo erros da mídia americana? São perguntas que começam a ser respondidas com a oficialização das candidaturas e a intensificação da campanha eleitoral. Para o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP, existe o risco de o país cair na mesma armadilha em que os colegas americanos se enredaram e da qual ainda não conseguiram sair.
(…)
Trump tem longa história de sucessos (e alguns fracassos) no mundo empresarial e nenhuma experiência política; Bolsonaro não tem história nenhuma de sucesso empresarial nem mesmo militar. É um político profissional, eleito sete vezes deputado federal, graças ao voto de nichos. O que realmente mais os aproxima é o dito desprezo pela mídia. Na semana passada, os EUA assistiram a cenas que aumentaram as preocupações com Trump e seus aliados. Com os dedos médios da mão apontados para cima, uma pequena multidão de partidários do presidente gritava palavrões e palavras de ódio contra a imprensa. Foi a coroação de hostilidade nascida já na campanha e acirrada após Trump declarar a mídia como o pior inimigo do país.”