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Para rede americana de notícias, "Moro é um agente político da direita que está trabalhando em parceria com o Departamento Americano de Justiça, e o tem feito por anos. “Ele não tem nenhuma imparcialidade”", por Sergio da Motta e Albuquerque

Rede americana de notícias aponta Moro como “extremista de direita”, por Sergio da Motta e Albuquerque

”Em primeiro lugar, Moro é um agente político da direita que está trabalhando em parceria com o Departamento Americano de Justiça”

Reprodução Youtube

Rede americana de notícias aponta Moro como “extremista de direita”

por Sergio da Motta e Albuquerque

A rede independente de notícias “Real News Network” (12/2) explicou aos americanos a segunda condenação de Lula pela pupila do ex-juiz Sérgio Moro, Gabriela Hardt. A rede informou que a julgadora recusou-se a ler qualquer tipo de defesa. Greg Wilpert, editor-gerente da Real News, entrevistou Brian Mier, editor do site de notícias “Brasil Wire” e autor do livro “Voices of the Brazilian Left” (“Vozes da esquerda brasileira”). 

O relato de Mier foi revelador:

“… (Moro) construiu o caso com constante suporte do Departamento Americano de Justiça. Patrick Stokes voou a Curitiba algumas vezes. Eles utilizam táticas do Departamento de Justiça, principalmente baseando a condenação inteira em um acordo de delação, como o Departamento fez contra o Senador Ted Stevens em 2009 no Alasca, em caso que foi posteriormente anulado”.

Mais a frente na entrevista, Wilpert arguiu o editor e autor sobre a “imparcialidade de Moro”, e sua sucessora, Hardt. Ela, de alguma forma, é melhor que ele? questionou. Mier respondeu: ”Em primeiro lugar, Moro é um agente político da direita que está trabalhando em parceria com o Departamento Americano de Justiça, e o tem feito por anos. “Ele não tem nenhuma imparcialidade”’. Sobre sua sucessora, o editor comentou: “ela jogou fora 1146 páginas de evidências provando a inocência de Lula que foram submetidos pela defesa. Ela nem mesmo olhou para elas”, anotou Mier.

Não vou comentar a explicação do caso de Atibaia ao público norte-americano. Apenas comunico que o editor, que mora no Brasil, ficou perplexo com o fato do filho de um antigo amigo de Lula (Jacob Bittar), ter sido apontado como falso dono de um sítio que na verdade pertenceria a Lula, de acordo com seus acusadores. Contrariando toda a documentação do registro de imóveis, e sem nenhuma prova que Fernando Bittar, um bem sucedido homem de negócios e proprietário do Sítio em Atibaia, não é o dono efetivo e legal do imóvel. Lula foi condenado “porque passava os Natais lá com a família desde os anos de 1970”, declarou o editor ianque.

A próxima pergunta de Wilpert revelaria o comportamento do Judiciário Brasileiro no caso de Lula:

“Neste caso, Moro teve papel de investigador-chefe e promotor, além se ser o juiz. Isto soa muito estranho para o público nos Estados Unidos, onde esses papéis tendem a ser separados. Como isso funciona no Brasil, e como pode alguém como Lula ter um julgamento justo em tais circunstâncias?”

Mier respondeu que o nosso país “é um dos únicos, senão o único, a aplicar as leis como a Inquisição. Sobre a atuação de Moro, Mier disse que “isso não é comum no Brasil”, quando comentou o triplo papel do magistrado – agora Ministro. No caso de Lula, tudo foi consentido. O que fez o entrevistado comparar nossa Justiça à Inquisição. Ela comportou-se assim com Lula. Como a Inquisição da Hierarquia Católica – o “Santo Ofício” e seus “familiares”, há séculos atrás.

Lula só terá chance de justiça com a mudança do regime, concluiu o entrevistado.